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Lista | 5 Filmes de Horror BR na Netflix

         Embora muito conhecido por seus filmes de comédia, o cinema nacional também é casa de diversos filmes de suspense e horror excelentes e que, muitas vezes, podem passar despercebidos na hora de encontrar algo para assistir. Então aqui vai uma lista com cinco filmes nacionais disponíveis na Netflix:

5° Sem Seu Sangue (2019)
Direção: Alice Furtado

         Sinopse: Após a morte Arthur (Juan Paiva), seu namorado e único amigo, Alice (Luiza Kosovski) precisa entender como lidar com o luto. Ou não…
         Em quinto lugar está o longa-metragem de estreia da diretora Alice Furtado, que é uma viagem sobre tédio, luto, perda e desejo. O filme de 104 minutos é lento e aposta no menor número de diálogos possíveis. A condução da história se utiliza de uma aura fantástica e nebulosa que transforma a desventura de Alice quase que em um sonho que afunila em um “felizes para sempre” nada convencional.
        
O suspense fica em último no ranking de hoje justamente pela lentidão da trama, que pode ser um ponto negativo para quem espera um filme menos “introspectivo”. Apesar disso, merece muito ser conferido.

Foto: Sem Seu Sangue/Divulgação.

4º Isolados (2014)
Direção: Tomás Portella

         Sinopse: Lauro (Bruno Gagliasso) e Renata (Regiane Alves) alugam uma casa isolada para melhorar a situação da relação dos dois. Porém, após ignorar avisos sobre o perigo da região, o casal se vê preso numa situação impossível de escapar.
         A trama do nosso quarto lugar é tensa e tem uma direção frenética. Mira em um suspense com reviravoltas interessantes – embora previsíveis – e conta com a ótima atuação de Bruno e Regiane. A claustrofobia latente do filme é muito bem construída, utilizando do escuro constante além da contrastante vastidão da mata mediante o interior de uma casa de vidro.
        
“Isolados” peca, porém, na repetição de situações e na falta do aprofundamento nos antagonistas da trama, embora esse não seja de fato o que o longa quer tratar. O filme que foi um dos últimos de José Wilker antes de falecer busca, na verdade, mostrar o quão frágil a mente humana pode ser, independente de quem sejamos.

Foto: Downtown Filmes/Divulgação

3º Terapia do Medo (2021)
Direção: Roberto Moreira

         Sinopse: As gêmeas Clara e Fernanda (Cleo) tentam lidar com um trauma e buscam a ajuda do psiquiatra Bruno (Sergio Guizé) para tal. Porém acontecimentos mais sinistros começam a ameaçar todos à sua volta.
         “Terapia do Medo” estreou há pouco na plataforma vermelhinha e causou certo burburinho. O longa é de fato bem interessante, apresentando uma trama que escala rapidamente de intensidade e que traz uma Cleo muito comprometida. O problema maior está em dois quesitos: os diálogos forçados e a atuação problemática de Guizé, que apresenta um personagem aparentemente incapaz de demonstrar emoções.
        
O filme está em terceiro lugar justamente pela construção da história que brinca com as expectativas e não tem medo de sair do lugar comum quando pode. “Terapia do Medo” é definitivamente carregado por Cleo e que merece um “joinha” de quem assiste.

Foto: Reprodução / Downtown Filmes / Netflix

2º M-8: Quando a Morte Socorre a Vida (2020)
Direção: Jeferson De

         Maurício (Juan Paiva) começa a faculdade de medicina e, numa aula de anatomia, é apresentado ao seu cadáver para estudos, identificado apenas por M-8 (Raphael Logam). A partir desse encontro, Maurício não será mais o mesmo.
         O thriller, baseado em um livro homônimo de Salomão Polak, de 1996, é um apanhado de tensão e consciencia racial. M-8 é literalmente um fantasma que apresenta a Maurício o entendimento, meio que dormente até então, da similaridade entre eles: ambos, Maurício e o cadáver não identificado, são os únicos negros da turma. A busca por respostas às perguntas que esse encontro desperta vão fazer com que Maurício encontre uma força até então desconhecida por ele.
        
Além de uma trama crua, “M-8” conta com participações de peso como Lázaro Ramos, Ailton Graça e Zezé Mota. Jeferson De leva Maurício – e quem o assiste – por uma trajetória de dor e identidade que merece ser conferida. 

Foto: Divulgação / Cinepop

1º O Animal Cordial (2017)
Direção: Gabriela Amaral

         Sinopse: O que deveria ser um fim de noite comum em um restaurante se torna uma odisséia sangrenta sem possibilidade de fuga.
         Gabriela Amaral simplesmente destrói tudo com esse filme. Toda a tensão que esse filme causa só pode ser descrita como a perfeita união entre direção e elenco, que está entregue completamente aos seus personagens. Murílo Benício e Luciana Paes são os responsáveis por protagonizar “O Animal Cordial” e carregam com muita precisão os momentos de tensão em uma luta entre controle e submissão.
        
À medida que a noite passa e a situação se descontrola, “O Animal Cordial” sai da sua jaula e põe em prática que apenas o mais apto pode sobreviver em meio a selva. 

Foto: Divulgação / www.santos.sp.gov.br / Reprodução

         Por fim, gostaria de deixar a dica de um longa que não é propriamente de horror, mas que tem uma leitura pesada da personalidade humana: Estômago (2007). 

Foto: Reprodução.

         Estrelado por João Miguel, Babu Santana e Fabíola Nascimento, “Estômago” é uma deliciosa viagem sobre um nordestino que tenta a sorte na cidade grande, e todas as desventuras que embalam sua jornada. Transitando entre o drama, a comédia e o seu final, o longa de 2007 é uma aula de atuação e de como escrever personagens dúbios e complexos.

         E aí? Depois dessas dicas, qual vai ser o primeiro longa nacional que você vai dar uma conferida?