Cabeças Voadoras
(Shrunken Heads)
Data de Lançamento: 01/05/1994
Direção: Richard Elfman
Mais uma preciosidade da queridíssima Full Moon Pictures. Produzido por Charles Band, Cabeças Voadoras (1994) é um filme difícil de encontrar, mas cuja bizarrice compensa a procura. Conta a história trágica de três garotos que sofrem na mão de uma perigosa gangue urbana. Tudo no maior clima Goosebumps (1995-1998).
O filme nos apresenta Tommy, Bill e Fred. Três amigos que são atormentados pelo valentão Vinnie e sua gangue, conhecida como os Vipers. No meio disso tudo, para aumentar a tensão entre os garotos e os badboys, se encontra Sally, uma garota que anda com a gangue, mas é apaixonada por Tommy.
Outro personagem importante é o senhor Sumatra. Haitiano e dono de uma banca de revistas, ele está cada vez mais indignado com a violência crescente em seu bairro. Constantemente vê o trio de amigos apanhando dos vilões enquanto os comerciantes pagam a eles por “proteção”.
Cansados de apanhar, os garotos bolam um plano para pegar os valentões. Enquanto eles roubam um carro, Tommy filma tudo e entrega a prova para a polícia. Porém eles não contavam que Big Moe, o grande vilão da história, pagaria a fiança dos ladrões:
Os garotos são sequestrados pelos capangas de Big Moe, mas conseguem fugir com documentos importantes. O plano porém não vai longe. Big Moe entrega armas aos vipers e manda que resolvam o assunto. Nosso trio de amigos é assassinado sem dó por Vinnie e seus comparsas.
É bastante chocante, para um filme que apresentava um clima infanto-juvenil, a morte dos protagonistas. Mas é claro que o filme não acaba por aqui. O senhor sumatra vai ao necrotério e corta fora as cabeças do trio assassinado. Ele realiza procedimentos para reduzi-las e, por meio de magia, faz com que os garotos retornem a vida como cabecinhas flutuantes.
Eu disse, flutuantes:
Um ano se passa. Os cabecinhas agora estão prontos para a vingança e saem matando seus inimigos. O senhor Sumatra ensina que eles devem se alimentar do ódio, para que percam a sua humanidade. Ele, porém, não contava que a paixão adolescente de Tommy por Sally seria mais forte que o desejo por vingança.
Tommy tenta falar com Sally em uma cena bastante esquisita. Após a garota se acalmar ele pede um abraço. Ela, sem entender, pergunta como seria possível. A mini-cabeça então entra na blusa da garota e depois sai voando para longe.
Sally vai atrás de Sumatra, em seu apartamento, para falar que aceita Tommy, mesmo que agora ele seja só uma cabecinha. Daí uma das cenas mais erradas do filme:
Afoitos por concluir a vingança, Sally e Sumatra performam um ritual para dar fim de vez às vidas de Big Moe e Vinnie. O plano não da certo, se desenrola, então, uma perseguição de carro bastante estranha. Sim, as cabecinhas perseguem um carro. No fim, a vingança consegue ser realizada e Sally vira a guardiã das cabecinhas.
Cabeças Voadoras (1994) trabalha com um elemento da tribo indígena Shuar, da região amazônica: o encolhimento de cabeças, mas joga essa pratica para o Haiti, contribuindo para a estigmatização da cultura haitiana, algo que ocorre em vários filmes de horror.
A produção também destoa de outras produções da Full Moon por apresentar uma temática voltada ao público infanto-juvenil. A maquiagem dos zumbis (sim, também tem zumbis) é completamente sem personalidade. O roteiro pode não ser muito atrativo, mas é interessante ver os efeitos utilizados em 1994 para chegar ao resultado de cabeças flutuantes.
