TMWNTM-Herrmann

Dossiê do medo: Bernard Herrmann

Nome: Bernard Herrmann  
Nascimento e morte: 29/06/11 – 24/12/75
Ocupação principal: Compositor
Marca Registrada: Compositor da famosa trilha de Psicose
Principais obras: Psicose / “Psycho” (1960); Taxi Driver (1976); Cidadão Kane / “Citizen Kane” (1941); Fahrenheit 451 (1966).

 

Compôs trilhas sonoras para os mais diversos filmes, incluindo a clássica trilha de Psicose durante a cena da faca no banheiro.  Mas também estão entre as suas composições a maioria dos filmes de Alfred Hitchcock, Taxi Driver de Martin Scorsese, Cidadão Kane de Orson Welles e Fahrenheit 451 de François Truffaut.

Nascido em 29 de Junho de 1911 em Nova York, Herrmann estudou condução e composição na Universidade de Nova York e em Juilliard School. Bernard iniciou sua carreira bem cedo, com 22 anos já integrava o Grupo de Jovem Compositores, onde montou sua primeira orquestra e realizou sua primeira aparição como maestro.

Ao longo de sua carreira, compôs diversas sinfonias, uma ópera e várias peças radiofônicas, uma delas para a transmissão da Guerra dos Mundos, na emissora CBS, em 1938.

Em 1934, Herrmann entrou na CBS para a equipe musical, onde logo se tornaria maestro. Em 1951, depois que a CBS foi forçada a fechar sua orquestra de rádio, Bernard mudou-se para Hollywood e passou a ser um compositor freelancer e trabalhar em filmes para artistas como: Robert Wise, “O Dia em que uma Terra Parou”; Fred Zinnemann, “Cárcere sem Grades”/”Um Hatful of Rain”; Ray Harryhausen, “A 7ª Viagem de Sinbad”; e, mais importante, Alfred Hitchcock, com quem colaborou em clássicos como “Intriga Internacional”, “Um Corpo que Cai” e “Psicose”.

O filme “O Terceiro Tiro” (1955) marcou o início da colaboração entre Herrmann e Hitchcock. No ano seguinte, realizaram o remake de “O Homem que Sabia Demais” (1956), após o “O Homem Errado” (1956), e o aclamado “Vertigo” / “Um Corpo que Cai” (1958) e mais cinco outros longas metragens. Herrmann inclusive aparece no filme “O homem que sabia demais” (1956), como o maestro da Orquestra Sinfônica de Londres.

Dessa parceria renderam muitos clássicos e grandes sucessos, mas os animos entre os dois era tempestuoso. Em “Psicose”, por exemplo, Hitchcock pediu a Herrmann que não musicasse a cena do chuveiro, o único som que deveria ter nessa cena, seria a água do chuveiro correndo. O compositor ignorou a instrução do diretor e quase sem nenhum orçamento, recorreu a um conjunto de violinos para criar uma das trilhas sonoras mais memoraveis do cinema.  Após mais de 10 anos de colaboração com Hitchcock, os dois tiveram uma séria briga sobre o filme “Torn Curtain”/”Cortina Rasgada” (1966). Depois disso, nunca mais trabalharam juntos e raramente se falavam.

A marca registrada de Herrmann é inconfundível, com a repetição do recurso sonoro para reforçar o efeito do suspense das cenas.  Conseguindo transmitir a agitação emocional dos personagens musicalmente.

François Truffaut e Brian de Palma foram dois dos diretores com quem Herrmann trabalhou nos últimos anos da sua carreira. Seu estilo mudou durante esse período, predominando uma pesada instrumentalização de sopros e percussão com jazz.

A última obra composta por ele, foi a de “Táxi Driver” (1975), algumas horas após ter terminado a gravação da trilha, Hermann veio a falecer durante o sono em um hotel em Los Angeles, Califórnia, em 24 de dezembro de 1975, aos 64 anos. A causa de sua morte foi doença cardiovascular. Táxi Driver, foi lançado no ano seguinte, e dedicado à memória de Herrmann.

Apenas uma das trilhas sonoras composta por Herrmann foi premiada pela Academia, “O Julgamento do Diabo” ou “O Homem que Vendeu a Alma”/”All That Money Can Buy”(1941). Nenhuma das suas composições para Hitchcock recebeu sequer uma nomeação. Existe um documentário de 1992 sobre Bernard chamado “Music for the Movies: Bernard Herrmann” (1992).

Indicações:

“Psicose” (1960)

Após roubar 40 mil dólares para se casar com o namorado, uma mulher foge durante uma tempestade e decide passar a noite em um hotel que encontra pelo caminho. Ela conhece o educado e nervoso proprietário do estabelecimento, Norman Bates, um jovem com um interesse em taxidermia e com uma relação conturbada com sua mãe. O que parece ser uma simples estadia no local se torna uma verdadeira noite de terror.

Tem podecast sobre Psicose no  RdMCast – #102 Psicose.

 

“Taxi Driver” (1976)

O motorista de táxi de Nova York Travis Bickle reflete constantemente sobre a corrupção da vida ao seu redor e sente-se cada vez mais perturbado com a própria solidão e alienação. Em praticamente todas as fases de sua vida, Bickle permanece isolado e não consegue fazer contato emocional com ninguém. Incapaz de dormir noite após noite, o motorista frequenta os estabelecimentos de pornografia locais em busca de diversão.

Até hoje, as trilhas de Bernard Herrmann são encaixadas em filmes atuais, como “Kill Bill Vol.1” de Quentin Tarrantino (2003), “A Forma da Água” (2017), “Joy: O Nome do Sucesso” (2015), “Hitchcock” (2012), “O Artista” (2011), entre outros.

FILMOGRAFIA*

São 67 créditos no Departamento de Música, 120 como Trilha Sonora, 86 como Compositor, 5 com Agradecimentos, entre outros créditos: https://www.imdb.com/name/nm0002136/