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Medos Reais: Verónica

Filme de terror espanhol, dirigido por Paco Plaza, mesmo diretor de REC. Estreou no festival de Toronto em 2017, onde foi imensamente elogiado. Mas só ficou conhecido aqui no Brasil, quando entrou recentemente para o catalogo da Netflix.

Não é a primeira vez que esse caso passa por aqui no RDM, tem podcast sobre ele abaixo:

Caso Vallecas

Uma jovem estudante de um colégio de freiras tenta entrar em contato com seu pai falecido através da tabua Ouija. Mas após esse acontecimento, a jovem passa a ser assediada por terríveis presenças sobrenaturais que ameaçam toda sua família.

À primeira vista, Verónica parece ser uma história bem clichê sobre possessão. Mas além da maneira como a história é conduzida, fica muito mais assustador quando descobrimos que o filme é realmente baseado em fatos.

O que iremos descrever nesse especial, são as relações com o filme e o caso real.

ATENÇÃO: Se você não viu, esse artigo pode conter spoiler!

Caso Vallecas

O Caso Vallecas iniciou no dia 27 de novembro de 1992 próximo a Puente de Vallecas em Madrid na Espanha. Nesse dia os policias foram chamados até o apartamento 8 da rua Luis Marín. O filme se baseia no relatório desses policiais para formar a narrativa.

Caso muito intrigante e com bastante repercussão por toda a Espanha, após os acontecimentos finais e relatórios policiais, o caso teve inclusive reportagens na televisão local com o acompanhamento de médiums.

Verónica

As atividades anormais descritas no relatório da polícia, iniciaram quando Estefanía Gutiérrez Lázaro, a menina que o filme chamou de Verónica, reuniu algumas amigas para contatar o noivo morto de uma delas, utilizando a tabua oiuja. O noivo havia sofrido um acidente de moto. A partir desse momento a menina, passou a sofrer convulsões, alucinações e ouvir vozes em sua própria casa. Após esse dia, a família Gutiérrez levou Estefanía a diferentes hospitais e nenhum médico conseguiu certificar que tipo de doença ela estava sofrendo. Enquanto isso, ela alegou ter visões noturnas de um grupo de homens em um círculo em torno de sua cama, com rostos vazios, chamando-a pelo seu nome e exigindo sua companhia: “Venha conosco”. Com a saúde bastante deteriorada, foi internada em estado grave e acabou morrendo no hospital Gregorio Marañón. No laudo médico consta “morte súbita e suspeita”.

Verónica x Estefanía

Tabua Ouija

Durante a sessão de tabua Ouija, no colégio em que estudavam, segundo os relatos das demais garotas, um professor interferiu na sessão quebrando a tabua Ouija. Dá qual, saiu uma fumaça escura que entrou no nariz de Estefanía.

Não foi a primeira vez que Estefanía praticou o espiritismo. Nos meses anteriores a esse dia, costumava fazer isso com frequência, tanto sozinha quanto acompanhada. No entanto, foi a partir desse dia que iniciaram as mudanças notáveis.

Família

Altar construído para Estefanía em sua casa.

Sua familia constitia em mãe, pai e mais 6 irmãos. Criados com uma educação catolica.

Segundo os pais de Estefanía, desde o momento de sua morte, incessantes fenômenos paranormais começaram a acontecer na casa da família. A voz de Estefanía chamando sua mãe produzia calafrios na família Gutierrez. Enquanto o riso incessante de um homem velho ecoava nas paredes. A mãe de Estefanía, Concepción, acreditava que seria seu pai, que morreu cinco meses antes de sua filha, e prometeu, antes de sua morte, tornar sua vida um inferno. Segundo Concepción, seu pai nunca se deu muito bem com nenhum deles, especialmente com Estefanía.

A família narrou para os policiais como os crucifixos se moviam sem controle e uma figura enorme os observava no corredor.

Concepción encontrou em uma ocasião as impressões do sapato de um homem no chão de sua casa. Uma noite, Concepción estava em sua cama quando percebeu que alguém tocava suas mãos e pés. Ela e o marido, Máximo, decidiram colocar um alarme, passando fios que ligassem todas as portas da casa, que tocou sem que ninguém fosse encontrado.

Dias depois destes acontecimentos, as irmãs de Estefanía, que dividiam o quarto, ouviram vozes que as acordou e, quando abriram os olhos, uma silhueta masculina, com um rosto negro e liso, rastejou pela sala. Quando os pais entraram no quarto, elas estavam encolhidas, morrendo de medo.

Policiais

Os policias que atenderam ao chamado de madrugada relatam a surpresa em ver a família na rua em um dia de muito frio e a mãe com um bebe pequeno no colo. O inspetor chefe na época José Pedro Negrí que acolheu a família.

Nesse dia, quatro policias confirmam os acontecimentos, sendo que desses,  dois deles pediram para abandonar o local.

José Pedro Negrí

Segue tradução de um trecho do relatório da polícia: “Se encontra em situação de mistério e raridade, que mesmo estando sentados na companhia da família, puderam ser ouvidos uma porta de um armário totalmente fechada, se abriu de forma súbita e totalmente antinatural. O que desencadeou uma série de suspeitas, no inspetor-chefe e nos três policiais que estavam presentes.”

Trecho do relatório da polícia.

Em uma noite do Dia dos Mortos, não como no filme que se passa no momento da morte da garota, uma foto de Estefanía queimou sozinha. Deixando um buraco na foto onde havia o rosto da garota.

Foto queimada no filme Veroníca x Foto queimada de Esfanía

A família Gutiérrez acabou vendendo a casa e os novos inquilinos que ocuparam, asseguram que nunca ouviram ou viram nada de anormal no local. Ainda não há nenhuma explicação lógica ou cientifica para a morte de Esfanía nem para os acontecimentos. Esse é considerado o maior caso de parapsicologia da Espanha.

O filme Verónica lógico que se usou disso. “É o único caso em que um policial estava sentado na frente de uma máquina e tem escreveu que ele testemunhou fenômenos paranormais, é o que torna tão atraente e tão único. Queríamos trabalhar de um modo de como poderia ter sido ou como isso poderia ter acontecido.”, diz Paco Plaza, diretor de Verónica.

Verónica está longe de ser um documentado e é confirmado pelo diretor como um filme apenas inspirado no caso Vallecas.