O Cabeça da Família
(Head of the Family)
Ano de Lançamento: 1996
Diretor: Charles Band (Robert Talbot)
Dessa vez escolhi um filme realizado por um especialista. O diretor, Charles Band (1951-), é um verdadeiro mestre das produções de gosto duvidoso. Ele foi responsável por títulos como O Engavetamento do Século (1976), Parasita (1982), O Exterminador do Século 23 (1985), Dollman Contra os Brinquedos Diabólicos (1993), O Biscoito Assassino (2005), Evil Bong (2006) e também pelas sequências mais recentes da série O Mestre dos Brinquedos – desde 2003.
O Cabeça da Família (1996), dirigido por Brand sob o pseudônimo de Robert Talbot e produzido pela Full Moon Features, é mais uma dessas obras cuja comédia reside no mesmo lugar que o horror, ou seja, nas bizarrices apresentadas, que não são muitas, infelizmente. O roteiro não abraçou completamente todo o potencial de esquisitices que poderia atingir, mesmo assim é um filme divertido. Foi lançado no mesmo ano que A Camisinha Assassina.
A história começa em torno de Lance, dono de uma lanchonete, sua amante Loretta (Jacqueline Lovell) e o marido dela, Howard, que não suspeita do chifre adquirido. O outro núcleo são os irmãos Stackpool, trigêmeos, ou melhor, quadrigêmeos completamente bizarros:
Loretta tenta encorajar seu amante a assassinar seu marido, assim eles poderiam viver juntos e felizes. A oportunidade surge quando o casal proibido se depara com um desvio na estrada que dá acesso a casa dos Stackpool. Ao investigar, Lance presencia um sequestro.
Com essas informações ele bola um plano: vai até outra cidade e contrata um advogado. Ele deixa, por escrito, o que presenciou naquele dia. Ligações regulares seriam feitas para o escritório. Se qualquer coisa lhe acontecesse, o advogado estava instruído a enviar a carta ao promotor de justiça. Com esse trunfo, Lance chantageia os irmãos para que matem Howard.
Otis aparece na casa de Lance no meio da noite e o conduz para sua própria casa. Lá, o chantagista fica conhecendo o 4º irmão, Myron, o cabeça da família:
O cabeção revela que sequestra pessoas aleatoriamente para realizar experimentos com seus cérebros. Basicamente ele possui um calabouço cheio de pessoas lobotomizadas que são alimentadas apenas com batatas. Essas vítimas também são utilizadas em suas peças de teatro.
Myron explica que sua família é fruto de um fenômeno biológico singular. Cada um dos irmãos tem habilidades naturais exageradas a um ponto quase sobrenatural:
Não satisfeito com a morte de Howard e a vida com Loretta, Lance decide pedir pagamentos semanais em troca do seu silêncio. Enfurecido, o irmão cabeçudo acaba descobrindo o endereço do advogado misterioso. O chantagista recebe uma visita de Ernestina, que o seduz e o distrai para que Otis possa apagá-lo com um soco.
Vale um destaque para o diálogo romântico entre Lance e Loretta interceptado por Myron:
Lance e Loretta são levados para a mansão Stackpool. Ao ser ameaçado de tortura, o homem revela que há outro advogado que deveria receber ligações regulares do primeiro, ou seja, ele realmente havia bolado uma armadilha difícil de ser superada. A fim de conseguir o nome desse segundo advogado, Myron decide encenar a execução de Joana d’Arc, com Loretta no papel principal.
Lance não se compadece e deixa que os lobotomizados acendam a fogueira. Nisso, Otis, que havia ficado apaixonado pela moça, quebra o controle psicológico que Myron mentem sobre ele, salva Loretta e incendeia a mansão. Único herdeiro da fortuna dos Stackpool, Otis é pedido em casamento por Loretta e os dois terminam a história felizes para sempre… ou não?
Foi anunciada para 2020 a tão esperada sequência: The Bride of the Head of the Family (A Noiva do Cabeça da Família, em tradução livre). Não há ainda data da estreia, porém os fãs da Full Moon aguardam ansiosamente a segunda parte dessa bizarra história.
Por fim, deixo uma das melhores frases de vilão da história do cinema: