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Trasheira de Qualidade – O Elevador Assassino

O Elevador Assassino [O Elevador Sem Destino]
(De Lift)
Data de Lançamento no Brasil: 04/06/1984
Direção: Dick Maas

Saindo do eixo EUA, o Trasheira de Qualidade dessa semana foi até a Holanda conferir um horror de baixo orçamento com um monstro… inusitado. Talvez você já tenha visto essa pérola no SBT, com uma dublagem clássica, porém, se você está pensado “não, esse filme não é holandês, tem até a Naomi Watts”, talvez você esteja pensando na refilmagem, feita pelo mesmo diretor, O Elevador da Morte (2001), sucesso absoluto nas locadoras.

Pôster do remake de 2001

A criação de Dick Maas também é conhecida no Brasil pelo título O Elevador Sem Destino. Ele passou na TV aberta no canal SBT, dentro do programa Made For TV, uma faixa de horário destinada apenas para telefilmes. A audiência era convocada com o seguinte bordão: “Este você já viu no cinema, este você já viu no cabo, este você já viu na locadora, mas este filme você ainda não viu. Sabe por que? Porque ele é um filme feito só para a TV” e, após a sinopse, completava com o famoso “pela primeira vez na televisão” – o que nem sempre era 100% verdade.

O filme já começa com dois casais entrando em um elevador após um animado jantar. Eles ficam presos e quase morrem, meio sufocados, meio pelo calor:

Qualidade VHS e símbolo do SBT

O técnico Félix é chamado para investigar a pena no ar-condicionado, mas nenhum defeito mecânico é encontrado. Aparentemente tudo está normal. Porém, no dia seguinte, outra “falha mecânica” ocorre e faz a primeira vítima fatal:

O elevador pega gosto por sangue humano. A próxima vítima é um dos guardas noturnos que vai olhar para o poço quando a porta abre – algo que ninguém nunca deve fazer. Trauma de infância resume essa cena:

O técnico é chamado mais uma vez para averiguar a situação, mas não encontra nada de anormal. Tudo parece estar funcionando perfeitamente. É quando aparece Mieke de Beer, uma jornalista que investiga as mortes ligadas ao elevador. Os dois estão intrigados com o descaso do dono da empresa e do gerente do prédio, que querem abafar os acidentes.

Félix descobre que o técnico anterior que era responsável pelo edifício antes dele enlouqueceu e está em um sanatório. Teria ele sabotado o elevador? Ou seria a explicação algo mais estranho? Enquanto descobrimos temos a cena mais famosa do longa: a menina que brinca com o elevador:

Félix vai atrás do colega internado em busca de respostas. Ele quer saber o que há de errado com o elevador. Sua pergunta causa um rebuliço na sala de recreação do sanatório e ele não consegue sequer uma resposta. Intrigado, decide seguir com uma investigação particular, gerando assim problemas matrimoniais – é um filme muito completo, cheio de tramas.

As suspeitas recaem sobre a empresa responsável pela parte eletrônica. Félix e a repórter descobrem uma série de pagamentos ilegais para políticos. Sim, mais um subtrama para tornar tudo ainda mais complexo e reduzir gastos com mais cenas de morte. As investigações da dupla os levam à universidade, onde falam com um professor especialista em computadores que os conta sobre um chip feito de material orgânico, mas que foi descartado pois começou a se multiplicar.

Enquanto isso, no edifício… o elevador sem destino atormenta trabalhadores indefesos. Porém, a morte ocorre fora da tela. Somente temos um vislumbre do corpo da vítima:

Olha essa luz margenta, é arte!

A empresa dos elevadores e a polícia suspeitam justamente dessa última vítima. O homem possuía ficha criminal e foi considerado o sabotador. Assim, o caso estaria encerrado. Félix e Mieke discordam e levam sua investigação adiante, o que destrói o casamento do técnico que, tal qual um capitão Nascimento, chega em casa e percebe que a esposa o deixou.

Nosso herói decide enfrentar o elevador sozinho, em uma sequência alucinante. Aqui, Dick Maas mostra que mesmo um elevador pode ser um monstro terrível. É subindo até a caixa eletrônica que Félix descobre a terrível verdade: o elevador está vivo, há tecido orgânico em suas partes eletrônicas, tecido vivo e pulsante.

Nessa cena o remake se sai muito melhor, #ficaadica

A luta final entre homem e elevador é incrível. No fim, Mieke aparece para salvar o dia e tudo termina bem, ou quase, pois ainda há uma última morte. Na refilmagem de 2001, Maas simplificou as subtramas e nos concedeu mais algumas cenas de morte. Vale a pena conferir, em especial para a grande cena em que se revela que o elevador está vivo.