hell comes

Trasheira de Qualidade – O Inferno Chega a Frogtown

O Inferno Chega a Frogtown
(Hell Comes to Frogtown)
Data de Lançamento: 1988
Direção: R.J. Kizer, Donald G. Jackson

Dois diretores desconhecidos resolveram levar para a tela grande uma história que em muito flerta com Mad Max 2 – A Caçada Continua (1981). O Inferno Chega a Frogtown (1988) também se passa em um mundo pós-apocalíptico. Em apenas 10 dias de guerra nuclear a humanidade retrocedeu 10 mil anos!!! Pelo menos é o que nos informam os créditos iniciais:

O Inferno Chega a Frogtown (1988) não é um filme trash. Porém, esta coluna se dedica também a filmes de baixo orçamentos, pouco conhecidos e com temáticas… peculiares, digamos assim. A primeira cena já nos coloca em um cenário desértico. Um homem com vestes que cobrem seu rosto é atacado por outro que afirma que mutantes não podem carregar armas. O suposto criminoso saca um revólver, atira e… COAXA.

O personagem principal, Sam Hell, é interpretado por Roddy Piper, o John Nada de Eles Vivem (1988). Ele começa o filme amarrado a uma cadeira, apanhando, acusado de ter seduzido a filha do policial que comanda a fronteira entre a cidade – ou o que restou dela – e o deserto. Uma enfermeira entra em cena e pede que o martírio tenha fim, pois a moça estava grávida.

Armado e perigoso

No universo de Frogtown, 68% dos homens foram dizimados na guerra. Dos que sobraram, a esmagadora maioria se tornou estéril. Tendo engravidado uma mulher, Frank tem seu… equipamento colocado sob proteção da empresa Medtech:

Muito bem guardado

Após assinar um contrato, Hell recebe a missão de ir a Frogtown, a cidade dos mutantes, onde mulheres humanas estão sendo mantidas como reféns. Seu dever é engravidá-las para garantir a perpetuação da espécie. Spangle é a responsável da Medtech para garantir a conservação de seu… instrumento.

O filme é lotado de referências fálicas. Há também uma interessante inversão dos papéis de gênero. Nessa nova sociedade, as mulheres comandam. A expressão utilizada para coragem é “seus ovários são do tamanho da Lua”. O protagonista frequentemente é visto como objeto de interesse sexual pelas mulheres que o ajudam na missão.

Assim que chegam na cidade descobrimos que os mutantes – caso não tenha ficado claro no título – são SAPOS HUMANOS. Sim, são sapos humanoides que vestem os melhores figurinos pós-apocalipticos:

Tem a sapa que dança
Tem o sapo com motosserra e tapa-olho
Tem o sapão vilão

O plano acaba dando errado e Spangle é sequestrada pelos sapos. Detalhe: Hell não pode se afastar muito dela, pois o sensor em seu “cinto de castidade” dispara e o aparelho pode explodir. Ele não possui outra alternativa, a não ser resgatá-la.

Spangle é levada para o harém de Toty – uma espécie de Immortan Joe de Mad Max – Estrada da Fúria (2015). Lá ela deve performar a temida “dança das três cobras”.

Sem saber direito o que significa, segue uma cena constrangedora de dança. As três cobras, na realidade são…

Hell chega na hora certa e salva o dia – temporariamente. Ele, Spangle e as mulheres sequestradas fogem, mas são perseguidas pelo carro-tranque-de-guerra de Toty. A perseguição é cheia de explosões e tiros.

Nos é revelado então que o policial da fronteira era o vilão o tempo todo. Ele negocia armas com os sapos a fim de ter poder bélico para retomar o controle masculino da sociedade. Seus planos são frustrados.

O Inferno Chega a Frogtown (1988) é um excelente filme excêntrico. Ele arranca risadas, apresenta cenas razoáveis de perseguição e entretém com a apresentação de um mundo pós-apocalíptico… diferente, para dizer o mínimo. O filme ainda conta com uma participação especial do ator Rory Calhoun (Motel Diabólico, 1980), como o mineiro louco Looney Tunes.

A produção ganhou 2 sequências: A Vingança dos Sapos Assassinos (1992) e o infame Toad Warrior (1996) que foi relançado em 2002 sob o título de Max Hell Frog Warrior, deixando ainda mais evidente a inspiração.