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Trasheira de Qualidade – O Massacre do Microondas

O Massacre do Microondas
(Microwave Massacre)
Ano de Lançamento: 1983
Diretor: Wayne Berwick

Filmado em agosto e setembro de 1981, O Massacre do Microondas (1983) – escrito assim, sem hífen mesmo – somente foi lançado em 1983 e é o único filme do diretor Wayne Berwick, felizmente. É uma produção de baixíssimo orçamento e bastante amadora, que não conta com atores conhecidos. Talvez seja o filme mais falcatrua dos até agora apresentados no Trasheira de Qualidade. A história demora a engrenar, o filme só prende o espectador depois da primeira metade.

É óbvio que não faltam diálogos poéticos

O título pode enganar. Não se trata de um eletrodoméstico assassino, como no caso de A Geladeira Diabólica (1991). O micro-ondas é um mero coadjuvante dessa história. O roteiro parece querer parodiar filmes sobre canibais, como O Massacre da Serra Elétrica (1974) e as produções italianas Holocausto CanibalO Antropófago, ambas de 1980.

O filme conta com algumas problemáticas cenas de nudez gratuita e um roteiro repleto de piadas de mal gosto. O protagonista da história é Donald, um homem de meia idade – com alguns problemas de saúde – que trabalha como pedreiro em uma construção. Sua esposa, May, prepara com todo o carinho refeições “saudáveis” e pouco apetitosas, o que o deixa completamente irritado:

O famoso hambúrguer de siri
só estava um pouco mal passado

May se animou com as refeições saudáveis, pois adquiriu um micro-ondas recentemente. Um super eletrodoméstico, eu diria:

Cabe uma pessoa ali dentro (obs: Napoleão é o cachorro)

Donald se irrita com a má alimentação e vai para o bar encher a cara. Quando chega em casa, fica furioso com o jantar preparado pela mulher e a mata. No dia seguinte não se lembra do que aconteceu, até que encontra o corpo de May dentro do micro-ondas:

HAHAHAHAHA ela de pé no micro-ondas

Donald decide cortá-la em pedaços e os embala individualmente em papel alumínio. A geladeira acaba ficando lotada e uma das mãos de May cai junto das outras comidas embaladas. Em um momento de fome, desavisado, ele pega a mão da falecida esposa e começa a comê-la.

A partir desse momento, Donald vira um canibal sem controle. Sua segunda vítima é uma mulher que conhece no bar. Ele a leva para sua casa, a mata e corta seu corpo em pedaços. O pedreiro passa a levar os corpos aquecidos no micro-ondas para o trabalho e inclusive os divide com os seus amigos, que degustam as iguarias sem saber da proveniência.

Nosso psicopata desenvolve uma verdadeira compulsão. Ele leva belas mulheres para sua casa e as esquarteja para ter mais quitutes macabros:

tem até um espetinho de mão

O final é muito anticlímax. Donald fica cada vez mais maluco em sua compulsão, a polícia passa a investigar os desaparecimentos, mas antes que qualquer coisa possa acontecer, o canibal passa mal e morre. Um aviso no micro-ondas mostra que ele poderia interferir no funcionamento do marca-passo.

O Massacre do Microondas (1983) é um filme bastante fraco. Tenta fazer humor, mas se torna um pouco tedioso e até mesmo problemático. Apesar desses defeitos, ele ainda tem seus momentos. As cenas que envolvem a cabeça de May são engraçadas e a falta de qualidade na maquiagem faz com que toda cena que mostra parte de corpos seja cômica. Definitivamente um Trasheira de – não muita – Qualidade.