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Trasheira de Qualidade – O Monstro do Armário

O Monstro do Armário
(Monster in the Closet)
Data de Lançamento: 15/05/1986
Diretor: Bob Dahlin

Em 1974, Lloyd Kaufman e Michael Herz fundaram a lendária Troma Entertainment, que nos concedeu grandes obras do cinema trash como O Vingador Tóxico (1984), obra-prima da produtora. Dois anos depois, a Troma repetiu a união entre horror, humor e efeitos especiais de gosto duvidoso em O Monstro do Armário, dirigido por Bob Dahlin, diretor assistente em filmes como A Profecia II (1978) e Free Willy 3: O Resgate (1997).

O elenco conta com Denise DuBarry (Muito Além do Jardim, 1979) e Kevin Peter Hall (O Predador, 1987) como o monstro. Além disso, há uma participação especial de John Carradine e duas estrelas em suas versões mirins: Stacey Ferguson, mais conhecida como Fergie Duhamel, sim, ela mesma, a vocalista dos Black Eyed Peas e Paul Walker, da franquia Velozes e Furiosos, também conhecido por dar nome à Lei Paul Walker.

O filme possui um narrador para contar os eventos, o que dá um charme à produção. Talvez tenha um dos monólogos introdutórios mais repetitivos do cinema de horror: “Os eventos mais inexplicáveis, geralmente ocorrem nos lugares mais comuns”, e continua:

“Geralmente estes eventos aparentemente inexplicáveis, são explicados posteriormente, mas de vez em quando fica um “quê” misteriosamente inexplicável. Às vezes é melhor aceitar o inexplicável do que procurar em vão por explicações, pois certas coisas são simplesmente inexplicáveis. O filme que vão assistir é uma delas”.

Realmente, às vezes é melhor aceitar o inexplicável e se divertir. O Monstro do Armário (1986) é um filme que não faz o menor sentido, mas diverte o espectador que tem a sorte de o assistir. O diretor brinca com o formato de documentário falso em algumas cenas e nos fornece uma boa dose de ironia.

A primeira vítima é uma garota em uma fraternidade. Não temos nenhum vislumbre do monstro, apenas da expressão de horror da moça. Ela é arrastada para dentro do armário, onde é assassinada sem piedade:

Como um documentário, o filme mostra informações exatas de lugar e hora

A segunda vítima é o cão-guia de Joe Shempter (John Carradine) que já entrega o tom de humor que o filme adota em seu desenvolvimento. Há também a participação de Fergie como Lucy:

Olha essa fofurinha
Uma excelente atuação, mesmo que breve

Após essa apresentação inicial, nos é introduzido o jornalista Richard Clark, uma paródia de Clark Kent. Ele conseguiu emprego no jornal por ser sobrinho do dono e tenta mostrar seu valor a todo momento, porém o chefe apenas quer que ele escreva obituários. O jornalista-estrelinha Scoop decide pregar uma peça e pede para Richard investigar os assassinatos em armários. Ele vai diretamente para a delegacia onde conhecemos outros dois personagens. A professora Diane Bennet, que tenta em vão ajudar a polícia e seu filho, o professor:

OLHA O PAUL WALKERZINHO!!! Devia ter uma bike de rodinha rebaixada

Corte para outra cena. Uma mulher toma seu banho tranquilamente, porém alguém entra no banheiro, se aproxima, mãos tocam a cortina e… é apenas seu marido. Por mais cômica que seja, essa sequência é muito interessante. Ela se baseia na memoria coletiva da famosa cena de Psicose (1960) para criar tensão e humor. Uma brincadeira com clichês do horror.

Em uma cena do crime, nosso herói jornalista encontra um objeto estranho e decide levá-lo para Diane, na faculdade em que ela trabalha. O doutor Pennyworth fica intrigado, pois se assemelha muito à garra de um animal. Em prol do bom jornalismo, Richard acaba indo jantar na casa de Diane.

O estranho objeto que é uma garra (de borracha) do monstro

Enquanto apreciam uma bela refeição preparada pela professora, um grito corta a vizinhança. A casa do vizinho estava sendo atacada pelo monstro do armário! A polícia chega e decide invadir a casa. Porém antes que possam agir o monstro destrói a porta da frente e ataca os policiais:

Nesse momento descobrimos que o monstro é indestrutível, balas nem ao menos o arranham. Nada pode matá-lo. O que farão nossos heróis?

Boneca Annabelle provando que o filme é do capeta

O monstro vira notícia nacional e vários especialistas discutem o que deve ser feito. O exército defende a destruição do monstro, porém, o doutor Pennyworth pesquisa um modo de se comunicar com a criatura através de um xilofone. Infelizmente ele é morto tentando fazer contato. O monstro não é lá muito sociável.

Olha esse monstro

O exército decide evacuar a cidade, pois é impossível destruir o monstro. Diane e Richard não aceitam, pois pensam ter descoberto a fraqueza da criatura: energia. Os dois constroem um aparelho. Para o plano dar certo o monstro precisa entrar nessa máquina, o que dá trabalho para a dupla. Apesar de conseguirem, o monstro não sofre dano algum.

Excelentes efeitos especiais

Na fuga acabam encontrando o professor, que também havia furado a evacuação. O menino-gênio constrói uma arma a laser que se mostra inútil. Os três queridos personagens estão perdidos. O monstro se aproxima e no momento em que vai desferir o golpe fatal, os óculos do jornalista caem… Nesse momento a malvada criatura se apaixona e decide sequestrar Richard.

Diane então tenta uma cartada final: todos devem destruir seus armários, assim o monstro ficaria sem seu habitat natural:

Todos se empenharam

O Monstro do Armário (1986) nos presenteia com um final feliz. No fim a população da pacata cidade consegue vencer a criatura inexplicavelmente indestrutível. Um filme como esse merece o título de Trasheira de Qualidade.