quella villa

Trasheira de Qualidade – O Rato Humano

O Rato Humano
(Quella villa in fondo al parco)
Data de Lançamento: 20/04/1988
Diretor: Giuliano Carnimeo

Quando se fala em filme trash não é possível se restringir apenas aos EUA. Por isso, a República do Medo fez um giro ao redor do cinema mundial para encontrar algumas pérolas da sétima arte. Da Alemanha, trouxemos A Camisinha Assassina (1996), direto da ilha da rainha Elizabeth, Estranhas Metamorfoses (1982). Agora, direto da terra da pizza, uma tentativa de exploitation que caiu no ridículo.

O Rato Humano (1988) é um filme italiano de título poético que tenta pegar carona em filmes que apresentavam uma violência mais explícita, como Holocausto Canibal (1980) e Inferno in Diretta (1985), ambos de Ruggero Deodato. A produção conta com Nelson de la Rosa, o menor homem do mundo, com apenas 54 centímetros de altura, fazendo o papel do monstro.

Tudo começa em um ensaio fotográfico na República Dominicana. Um fotógrafo e suas modelos estão em uma praia, em um dia bonito, porém logo o clima muda, pois eles encontram um corpo dilacerado no meio das pedras. Por decisão do fotógrafo, eles não comunicam a polícia para evitar problemas, afinal, ainda restavam mais alguns dias de ensaio.

Vou te deixar famosa

Um voyeur que bisbilhotava o ensaio foi devidamente punido pelo monstro do filme:

Você consegue ver o monstro? Eu também não consegui

Uma das modelos, após terminar seu trabalho, decide voltar para Nova York. Porém, para aproveitar sua última noite, decide ir a um encontro. O táxi, porém, estraga no caminho e ela precisa andar até o ponto de ônibus. Infelizmente o filme tem uma fotografia excessivamente escura, o que torna difícil entender exatamente o que está acontecendo em muitos momentos. A moça parece ser perseguida por um homem que porta uma faca, mas no final é atacada pelo rato humano.

A irmã da modelo, Terry, chega no país para fazer o reconhecimento do corpo. Ela encontra Fred Williams (David Warbeck) no aeroporto, um escritor em busca de inspiração. Compadecido da situação – e querendo dar umas bitoquinhas – o homem a acompanha até o necrotério.

Porém, a moça morta é a modelo Peggy, e não Marilyn, irmã de Terry. Todos ficam confusos, inclusive quem está assistindo. A autopsia diz infarto, mas o corpo foi mastigado por ratos. Onde então está Marilyn? Segundo a recepcionista do hotel, ela foi fazer um ensaio na floresta.

As legendas dos anos 80/90 eram tão mais inapropriadas

Nesse ponto da trama conhecemos os vilões: Doutor Oben, seu ajudante Tônio e o montro, fruto de uma experiência genética, Mousey. Sim, esse é o nome que o cientista dá a ele. Oben tem a pretensão de de apresentar sua criação em um congresso de genética. Sua ambição é o prêmio Nobel.

São ótimos diálogos, temos que admitir

Enquanto Oben fala que não há problemas em deixar Mousey em uma frágil gaiola, duas modelos fazem um ensaio nos arredores. Elas encontram mais um corpo:

A clássica cena do sangue pingando na testa

Em seguida, uma delas é ataca e morta pelo rato humano:

Finalmente temos um vislumbre do monstro

O rato humano é um híbrido, criação do cientista. Tem as melhores características dos humanos e dos ratos. É super inteligente, forte e veloz. Além disso, ele também tem veneno. Ou seja, é uma imparável máquina de matar. Marilyn e o fotógrafo passam a noite na casa do cientista, mas a situação sai do controle.

Um preciosidade de diálogo

Quando finalmente a modelo e Oben conseguem fugir, o doutor volta à casa para buscar suas anotações – algo totalmente compreensível. Que pesquisador não enfrentaria um mostro para proteger suas anotações de pesquisa? O cientista, porém, é atacado e morto. Marilyn tem o mesmo destino infeliz.

Quando chegam na casa, Terry e Fred encontram apenas cadáveres. A polícia não encontra nenhuma evidência. Os protagonistas frustrados resolvem voltar para casa, levando os objetos da vítima. Já no aeroporto a câmera foca em uma das malas. De dentro dela, saem barulhos estranhos…

Que anta!

O filme termina com uma dramática cena do avião que leva Terry, Fred e talvez o monstro, de volta para os EUA. O Rato Humano (1988) não teve continuação. É um filme com muitos erros ao longo de seu desenvolvimento. Ele tenta seguir uma estrutura de slasher, ensaia uma investigação clássica de filmes giallo, mas não consegue entregar nenhuma das duas coisas. A obra mais promete do que cumpre, mas tem um lugar cativo na lista da Trasheira de Qualidade.

Da República Dominicana para o mundo

 

  • Essa é mais uma resenha da série Trasheira de Qualidade. Para ler outras clique aqui.