(Abigail Haunting)
Lançamento: 27/03/2020
Diretor: Kelly Schwarze
Distribuição: ITN Distribution
Em 2017, o diretor Kelly Schwarze apresentou ao público Alien Domicile, uma trama envolvendo alienígenas, CIA e a misteriosa Área 51. Com um elenco desconhecido e investindo em clichês de filmes sobre possessão demoníaca, Abigail Haunting não possui um título traduzido para o mercado brasileiro.
A trama possui aproximações com a apresentada no grande sucesso, O Homem Invisível (2020). Katie, a protagonista, consegue fugir de um relacionamento abusivo com Roger, um ladrão de bancos. A jovem, após aparentemente cometer um homicídio duplo, foge para a casa de sua mãe adotiva, Marge. A mulher passa o dia em estado catatônico em frente a TV, sem nunca dizer uma só palavra.
Para deixar o clima ainda mais estranho, um senhor amigo de Marge, Walter, aparece para alertar Katie sobre os perigos da casa. Além disso, um antigo amigo de infância, Brian, ressurge e tenta se aproximar dela, cuidando da casa e a convidando para sair. A primeira metade do filme, contudo, é um pouco cansativa e o romance que tenta se desenrolar entre os personagens é bastante monótono.
É apenas a partir da segunda metade que as manifestações sobrenaturais entram na história. Katie é a primeira a ver o espírito de Abigail, que dá nome ao filme. O roteiro até se empenha em construir uma ambiguidade para que o espectador fique na dúvida se as aparições realmente ocorrem ou se são fruto do trauma e do estresse enfrentados pela protagonista. A construção, porém, se da através de acontecimentos clichês e já conhecidos dos espectadores, o que reduz o impacto pretendido pelo diretor.
Todo o desenvolvimento da segunda metade do longa é fundamentado em tropos narrativos já muito explorados pelo gênero. Assim sendo, os acontecimentos ser facilmente antecipados. Soma-se a isso as atuações fracas do elenco e a maquiagem que peca em diversos momentos.
Abigail Haunting possui ainda algumas qualidades. Mesmo sendo uma produção de baixo orçamento, os efeitos especiais apresentados são bons. Schwarze entrega algumas cenas interessantes, em especial na parte final. O grande problema é o uso em demasia de clichês, o que torna o filme pouco atrativo, e algumas atuações que estão fora de sincronia com o clima pretendido pelo diretor.