Crítica | Sobrenatural 5: A Porta Vermelha

Insidious: Red Door

Direção: Patrick Wilson

Ano: 2023

País: EUA

Distribuição: Bloomhouse

Nota do crítico:

Em 2011, a parceria de James Wan e Leigh Whannell rendeu um novo clássico do horror. Sobrenatural (2011) encantou um grande público com as atuações de Patrick Wilson, Rose Byrne e Lin Shaye. A história do garoto Dalton e os perigos do Além renderam mais 3 continuações, sendo que as duas últimas não foram grandes sucessos.

Agora em 2023, a franquia ressurge nas mãos de Patrick Wilson, em sua estreia na direção, com Whannell assinando novamente o roteiro. Como dissemos no Cabana RdM #33, não havia grandes expectativas para com o filme. Nós três estávamos mais animados em ver a direção de Wilson. Podemos dizer que o papai mais desejado do mundo do horror fez a lição de casa que o professor Wan mandou e entregou um clichê muito bem feito e com ótimos sustos.

Ser clichê não é um problema em si. A franquia do Invocaverso e os filmes Sobrenatural – que se cruzam pelos envolvimentos de Wan e Wilson, não são conhecidas pelo alto índice de inovação, mas sim por entregar bons sustos e histórias envolventes – mas nem sempre bons filmes, não é mesmo, A Maldição da Chorona (2019)?

A questão familiar é central. Após os eventos traumatizantes, o casal Josh e Renai se divorciou. O filho Dalton se tornou um jovem introspectivo e com dificuldades de comunicação. A relação pai e filho é conflituosa e os dois nem ao menos entendem o motivo. Josh está desesperado para recuperar sua família, mas também deve lidar com seus problemas de memória.

Josh optou pelo esquecimento. Ele submeteu a si e seus filhos a uma sessão de hipnose com a intuito de apagar o “coma de Dalton” de suas memórias. O problema é que esse tipo de trauma não fica silenciado por muito tempo e basta um evento de forte emoção, no caso, a morte da mãe de Josh, para que se desencadeie um novo evento sobrenatural.

Sobrenatural 5: A Porta Vermelha (2023) é um filme inconstante. Wilson, sem dúvidas, fez a lição de casa com o titio Wan. Ele consegue emular o clima de trem fantasma que marcou os dois primeiros filmes de Invocação do Mal. Há excelentes jump scares que nos fazem pular da cadeira. Mas as ligações entre os núcleos e partes do desenvolvimento ficaram estranhas ou pouco trabalhadas. Um bom exemplo é a filha de Josh e Renai, que aparece numa das cenas iniciais e depois simplesmente some. As cenas no Além são bem menos impressionantes do que nos outros filmes.

Sendo parte da franquia, Wilson sabe exatamente o que fará com que os fãs fiquem na expectativa de um susto, e usa isso para nos enganar e, daí sim, dar um susto de verdade. Em resumo, mesmo não sendo um filme ótimo, a 5ª incursão no universo de Sobrenatural rende, ao menos, um bom entretenimento e grandes sustos.