Crítica | Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

Ghostbusters: Frozen Empire

Direção: Gil Kenan

Ano: 2024

País: EUA

Distribuição: Sony

Nota do crítico:

Em 2021, uma nova tentativa de reboot da franquia dos Caça-Fantasmas foi feita, após a péssima recepção do filme de 2016. Ghostbusters – Mais Além (2021) negou a tradução do título, introduziu novos personagens e reverenciou os antigos. É um filme muito divertido, com um bom roteiro e, talvez o principal, novos personagens super cativantes que nos encantam ao mesmo tempo em que a franquia “passa o bastão” para eles.

No novo título da franquia, Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Carrie Conn e Paul Rudd retornam aos seus papéis, como os novos caça-fantasmas que se adaptam a uma Nova York que se divide entre a população que pede por ajuda e o prefeito que reclama do rastro de destruição deixado pelo grupo. Além disso, 3 dos caça-fantasmas originais retornam, com mais tempo de tela do que no filme anterior – em talvez esse seja um dos problemas.

É estranho pensar que a presença dos personagens clássicos possa ser um ponto negativo do filme, mas em Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (2024), a presença dos antigos atrapalha o desenvolvimento dos novos personagens. Em Mais Além, havia o drama da família que estava quase perdendo a casa em que morava ao mesmo tempo em que os adolescentes descobriam o legado de sua família. No novo filme isso se perde. Os personagens de Carrie Conn e Paul Rudd, por exemplo, não tem um arco narrativo. Mesmo Trevor (Finn Wolfhard) é diminuído ao drama de ter 18 anos e querer ser tratado como adulto pela mãe.

Quem brilha, novamente, é Mckenna Grace. Ela é a protagonista do filme, tem um arco narrativo próprio, mas que poderia ser melhor trabalhado. O drama adolescente é convincente, mas a necessidade de colocar os personagens clássicos em tela diminui a presença de Grace e acaba acelerando algumas coisas a fim de fazer o roteiro andar.

A direção de Jason Reitman foi muito acertada no filme de 2021. O trabalho de Gil Kenan já sofreu um pouco mais com o roteiro. Muitas conveniências que poderiam não incomodar tanto, mas que quando chega no terceiro ato, com o principal confronto do filme, acaba perdendo o ritmo e dificultando a imersão. O vilão é muito malvado, mas não mata ninguém, mesmo que esse seja seu plano.

Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (2024) é um filme divertido, mas a falta de equilíbrio entre os personagens antigos e os novos acaba prejudicando o ritmo geral do filme. Quem é fã da série vai amar todas as referências e reverências e cantar junto com Paul Rudd a música clássica.