The Nun II
Direção: Michael Chaves
Ano: 2023
País: EUA/Reino Unido
Distribuição: Warner Bros.
Nota do crítico:
O que explica um terceiro filme de Michael Chaves, diretor do fraco A Maldição Chorona (2019) e do meia-boca Invocação do Mal 3 (2021)? Não faço a mínima ideia, porém, os idealizadores do Invocaverso acharam de bom tom convocá-lo para dirigir A Freira 2 (2023), que no material promocional prometia ser o mais assustador da franquia.
O retorno de Taissa Farmiga é positivo. Ela é uma excelente atriz que merecia estar mais presente em lançamentos de horror. Infelizmente, sua personagem atrai menos empatia do que no primeiro filme, já que agora ela divide o protagonismo. A ideia parece ser a de transformá-la numa “Warren do passado”, que vai resolvendo casos misteriosos ao redor do mundo – dessa vez, o filme se passa na França.
Após um sonho em que Maurice pedia ajuda, Irene, nossa freira heroína, parte para mais um embate contra o demônio Valak. É uma aposta interessante no quesito roteiro. Taissa Farmiga tem competência para segurar essa possível franquia. A introdução de Storm Reid é boa. Sua personagem é carismática, mas muito pouco aproveitada.
A história tem aspectos muito interessantes, mas a direção de Chavez prejudica a imersão com vários sustos (jump scares) que não funcionam de tão óbvios. O problema não é o jump scare em si. Como um exemplo bom, podemos citar o novo capítulo da franquia Sobrenatural, cheio de sustos bem posicionados pelo diretor e astro Patrick Wilson. Chaves não consegue segurar o clima de tensão e as mudanças de tom soam muito artificiais.
O roteiro foi escrito por Akela Cooper, responsável por Maligno (2022) e M3GAN (2023), filmes que pendem a um “terrir” de grande qualidade. Talvez não tenha encaixado com o tom do Invocaverso, mais aventuresco. Mas mesmo quando A Freira 2 (2023) vira uma aventura no terço final, não consegue empolgar. Apesar da bela fotografia, enquadramentos interessantes e a ótima cena da banca de jornal (mesmo com o desfecho muito previsível), o novo filme de Irene e Valak se perde.
O roteiro explora uma mitologia própria, com relíquias e parentescos aleatórios, que poderia ter sido muito melhor trabalhada por um diretor com outra pegada. Fica a pergunta se um terceiro filme irá acontecer ou se abandonarão de vez essa parte do universo – algo que seria triste, em minha opinião, pois Taissa Farmiga merece um bom A Freira.
Há uma cena pós-crédito, mas ela é completamente inútil e sem graça, parece uma daquelas segundas ou terceiras cenas pós-crédito da Marvel que são somente uma piadinha infame.