Crítica | American Horror Stories (1ª Temporada)

American Horror Stories (1ª Temporada)
Data de Lançamento: 15/07/2021
Criador(es): Ryan Murphy e Brad Falchuk
Streaming: Hulu

         Dez anos após o lançamento da ambiciosa e bem sucedida série antológica de terror “American Horror Story”, Ryan Murphy e Brad Falchuk decidiram que estava na hora de dar mais ênfase no “antológico” da proposta da série original. “American Horror Stories” – a originalidade -, surgiu então com a premissa de episódios antológicos, não mais temporadas, com novas histórias e novo elenco. Com sete episódios, a temporada chegou ao fim essa semana, seis dias antes da estreia da 10ª temporada da série original, e… é definitivamente uma das séries de terror já feitas.
         Um dos principais problemas da série é o fato de que, apesar de ser desenvolvida para ter episódios independentes um do outro, metade da temporada é dedicada aos mesmos personagens com ênfase na Murder House (ou Casa dos Assassinatos), a infâme casa abordada na primeira temporada de “American Horror Story”.
        
Com personagens chatos de acompanhar e uma abordagem LGBTQ+ de Violet e Tate, a história dos dois primeiros episódios é fraca, com diálogos extremamente básicos e clichês, salvando apenas pela nostalgia de procurar personagens já conhecidos dentre tantos easter eggs. Para piorar, a Murder House volta para “Game Over”, o último episódio da temporada – insira aqui o meme do “good morning sunshine”.
        
Nos episódios de 03 a 06, pelo menos, somos apresentados a histórias originais. Mesmo assim, a narrativa segue um padrão de ser lenta demais durante todo o episódio e finalizada rápido demais, estragando o que poderia ser interessante se abordado de maneira correta. A superficialidade da trama episódica e com duração de episódios cada vez menores os impedem de terem um impacto maior ou de serem bem desenvolvidos, como em “Feral”, que termina de uma maneira tão forçada, mal feita e abrupta que desperdiça o desenvolvimento satisfatório que havia realizado até então.
        
A produção da série, porém, é muito boa. A abertura continua sendo uma das melhores coisas – mesmo o episódio 07 tendo arruinado até isso -, assim como a edição e direção dos episódios, que apesar de seguirem a métrica estabelecida por Murphy, apresentam novas formas de incrementar na história, como a estética e as cores dos anos 80/90 em “Drive In” ou a edição com momentos vlogger para “The Naughty List”.
        
No geral, “American Horror Stories” apresenta uma primeira temporada fraquíssima, que se escora demais em sua própria mitologia e perde de realizar a proposta inicial da série: criar novas possibilidades. A primeira temporada tem previsão de estrear no Brasil no streaming Star+, e já foi renovada para uma segunda temporada. Vamos esperar que ela consiga ser de fato uma história de horror, e não uma história horrível.