Shifter
Data de Lançamento: 06/03/2020
Direção: Jacob Leighton Burns
Distribuição: The Horror Collective
Shifter (2020) é o vencedor do deadCenter Film Festival, na categoria “melhor filme de Oklahoma”. A história é centrada em Theresa, uma jovem solitária que se dedica a um inusitado projeto pessoal: a construção de uma máquina do tempo. Ela usa seu gato como cobaia e, aparentemente, tem sucesso. Os problemas começam quando ela decide se transportar no tempo e acaba modificando sua vida por completo.
Não se deixe enganar pelas notas baixas do público em sites especializados. Shifter é uma produção independente, de baixíssimo orçamento, que entrega exatamente o que promete, uma boa história de ficção-científica, com pitadas de horror corporal. A narrativa lembra a de A Mosca da Cabeça Branca (1958) e sua refilmagem, A Mosca (1986), dirigida por David Cronenberg.
Sua primeira viagem no tempo é bem sucedida. Ela a usa para se vingar de um encontro decepcionante, para dizer o mínimo. Porém logo ela começa a sentir as mudanças. Theresa passa a ter apagões e acorda em diferentes temporalidades. Infelizmente os efeitos visuais não correspondem à qualidade da proposta e decepcionam. A parte do horror corporal poderia ter sido muito melhor trabalhada.
A protagonista altera a sua permanência temporal e tenta, de forma desesperada, restabelecê-la. Nada, porém, é tão fácil quanto possa parecer. No meio disso tudo surge um interesse romântico que acaba não levando a lugar nenhum. A proposta do roteiro, muito provavelmente, é aumentar o drama vivido pela cientista.
A produção não apresenta um conceito complexo. É fácil de entender sua proposta. O espectador compra facilmente a ideia ofertada pelo roteiro. A transição de Theresa é dolorida e seu final bastante pessimista, não é um filme com uma resolução feliz. Shifter (2020) acaba demorando a engrenar por conta do ritmo lento, mas nos entrega uma boa história com um interessante conceito. É uma pena que não tenha se dedicado mais à parte do horror corporal.