Crítica | Son

Son
Data de Lançamento: 26/02/2021
Direção: Ivan Kavanagh
Distribuição: Shudder

         “Tudo é incerto, menos o amor de mãe”, já dizia o slogan da novela da TV Globo. Mas, quando posto à prova, será que esse amor continua firme e forte? Em “Son”, filme norte-americano de 2021, conhecemos uma mãe que após acontecimentos sinistros precisa encontrar uma resposta para o que está havendo com seu filho.

         O diretor e roteirista Ivan Kavanagh (“O Canal”) conta a história de Laura (Andi Matichak, “Halloween”), que precisa descobrir o que aconteceu com seu filho, David (Luke David Blumm), após ele adoecer gravemente e curar-se magicamente. Tudo aparenta estar ligado ao seu misterioso passado. Com a ajuda do policial Paul (Emile Hirsch, “Na Natureza Selvagem”), Laura vai lutar contra seus traumas para tentar ajudar seu filho.

         A sequência inicial do longa é muito interessante e dita bem o tom do filme, apesar da quebra brusca da linearidade temporal e de clima entre os minutos iniciais e a finalização do prólogo. É sempre legal acompanhar obras que buscam contar sua história sem uma explicação exagerada dos acontecimentos. E isso “Son” faz bem. Na medida em que os mistérios vão surgindo, a narrativa tenta muito nos envolver emocionalmente com os personagens.

         O problema maior é que a atuação do mais emblemático personagem de “Son”, o filho David, compromete muito a interação com o personagem, salvado apenas pelo trabalho muito bem realizado de Matichak aqui, que carrega o filme nas costas durante todo o tempo. O mistério, assim que integrado a trama, exige um certo nível de atuação do jovem Luke que ele, particularmente, não alcança.

        Son” possui duas tentativas de reviravoltas que soam manjadas para os mais assíduos fãs do gênero, mas que podem funcionar para os desavisados ou os que não prestaram muita atenção no longa. Gostaria apenas de registrar uma queixa referente ao final, que, particularmente, poderia abrir bem mais a mitologia do filme mas que, por motivos de finalização ou por falta de coragem de abraçar uma trama um pouco mais “trash”, foi encerrado abruptamente.

         No filme de Kavanagh encontramos os mais variados temas: investigação policial, seitas, demônios, abuso sexual e psicológico. Eu poderia citar ainda mais temas, porém acabaria dando spoiler para quem ainda não acompanhou o longa. O filme, inclusive, pode ser considerado um irmão conceitual de “Eli”, lançado pela Netflix em 2019 e uma tentativa de emular “O Bebê de Rosemary” de Roman Polanski.

        Son” não inova e tem problemas de ritmo que prejudicam muito a imersão. Ainda assim, é um longa que pode ser assistido sem ferir a integridade física do telespectador.