Diabo Vermelho
(Diablo Rojo PTY)
Data de Lançamento: 12/09/2019
Direção: Sol Moreno e J. Oskura Nájera
Distribuição: Prolatsa
Fantaspoa 2020
Cinefantasy 2020
Apresentado como o primeiro filme de horror panamenho, Diabo Vermelho é uma produção de baixo orçamento que apresenta um “horror de estrada” com bruxas e outros seres monstruosos. Com uma história simples, contada em 80 minutos, a dupla de diretores – a atriz Sol Charlotte que assina como Moreno e o compositor e escritor J. Nájera – nos apresenta um pouco do folclore do Panamá, em especial da província de Chiriqui.
Diablo Rojos são ônibus enfeitados e utilizados como meio de transporte. Miguel é um motorista de diablo rojo que é confrontado por uma bruxa em um bar. Ele sai correndo e é seguido por seu assistente. Dirigindo de forma imprudente, eles são perseguidos pela policia e acabam causando um pequeno acidente em uma estrada longe de tudo.
Perdidos, eles se deparam com uma mulher, Josefina, que faleceu anos antes. Ela se transforma em um monstro e ataca a dupla de motoristas e os dois policiais. A mulher-monstro é um efeito prático. Nisso o filme já ganhou minha simpatia. O traje é muito bem feito e traz personalidade à produção, assim como a mão ferida do policial.
Buscando refúgio em uma igreja, o grupo descobre estar a muitos quilômetros da capital, o que é impossível, pois não haviam dirigido tanto assim. Há algo de sobrenatural que os levou à Chiriqui., um local misterioso habitado por criaturas mágicas e terríveis. Logo eles precisam retornar a estrada e continuar fugindo das bruxas que os perseguem.
Diabo Vermelho trabalha muito bem com lendas locais, sobretudo a figura da tulivieja, parte importante da história. As revelações vão mostrando as conexões dos personagens com a província e com a vingança à qual as bruxas almejam. Há algumas imperfeições técnicas, mas nada que atrapalhe a nossa experiência, os efeitos práticos nos divertem. O roteiro poderia ter investido mais na parte da estrada, criando um clima de fuga mais trabalhado.
Os confrontos finais acontecem de forma um pouco rápida, mas somos agraciados com um final exagerado – no bom sentido – que eleva o filme a outras proporções. Me agradou bastante ver uma conclusão excêntrica para um filme tão particular. O clima lembra um pouco o de Rota da Morte (2003), mas a arma final contra as bruxas nos lembra os mais extravagantes filmes de Drácula da produtora Hammer.