A Babá: Rainha da Morte

A Babá: Rainha da Morte
(The Babysitter: Killer Queen)

Data de Lançamento: 10/09/2020 (Mundial)
Direção: McG
Distribuição: Netflix

Depois de uma boa repercussão de “A Babá” (2017), a Netflix resolveu dar a oportunidade para o diretor McG de produzir uma sequência dois anos depois, no intuito de continuar apostando em seu humor escrachado em um contexto terrorístico, algo que tem funcionado cada vez mais na indústria cinematográfica. A Babá: Rainha da Morte traz de volta seu elenco e o protagonista Cole em mais uma aventura repleta de alívios cômicos e cenas tensas, embora de forma bem menos ousada e original que o filme anterior.

Na história, acompanhamos Cole (Judah Lewis) desta vez no ensino médio, dois anos após os acontecimentos traumáticos ocasionados por um culto satânico liderado por sua babá, Bee (Samara Weaving). Surpreendentemente, todos (incluindo seus colegas e seus pais) duvidam de Cole e acreditam que o jovem imaginou todo o culto. Com exceção de sua amiga Melanie (Emily Alyn Lind), com quem Cole decide fugir para se divertir e por um tempo. Mas tudo acaba virando de cabeça para baixo quando os integrantes do culto reaparecem determinados a terminar o que começaram.

O famoso diretor e produtor McG (conhecido por franquias como “As Panteras”) consegue manter a adrenalina e o ritmo cômico do primeiro filme, ainda que aqui o suspense ou o que anteriormente podíamos chamar de “resquício de terror” seja completamente abdicado. O roteiro, compartilhado entre quatro profissionais, embora garanta um entretenimento divertido em alguns momentos, se torna repetitivo em diversas cenas do filme, reafirmando elementos humorísticos utilizados poucos minutos antes em outras cenas. A obra também falha em correlacionar eficientemente o conturbado ensino médio de Cole, seus traumas com os acontecimentos de dois anos antes, e o retorno do culto satânico. Sem falar que na maior parte do tempo não é claro as intenções de cada personagem, uma vez que o humor se confunde frequentemente com a seriedade da obra.

Uma das novidades mais agradáveis da sequência em comparação ao primeiro filme, é a impressionante quantidade de referências e homenagens à filmes, diretores, atores e cultura pop em geral, que casa bem com o humor proposto pela obra, mas que também não nos ajuda a nos importarmos de fato com o risco de vida corrido pelos personagens, afinal nada é de fato levado a sério, o que obriga o espectador a deixar de lado qualquer esperança de um filme lógico e verossímil. O dinamismo do roteiro não permite que nos desinteressemos por completo, e nos mantém aguardando ansiosamente por boas cenas que raramente aparecem.

Embora seja claramente uma comédia de ação com uma pitada de romance, os fãs de horror ainda conseguem se deliciar com muito sangue e mortes bem criativas e angustiantes. Querendo ser mais do que poderia, A Babá: Rainha da Morte diverte tanto quanto deixa a desejar, e acaba desperdiçando o seu potencial em nos fazer sentir tensão e medo junto com os personagens, em prol do puro, simples e muitas vezes até forçado riso incessante.