A Hora da Sua Morte

A Hora da Sua Morte
(Countdown)
Data de Estreia no Brasil: 27/02/2020
Direção: Justin Dec
Distribuição: Diamond Films

A distribuidora Diamond Films, responsável por distribuir no Brasil um dos melhores filmes de terror dos últimos anos, Hereditário (2018), chega aos cinemas com um novo lançamento do gênero, estreando na mesma semana que um grande lançamento de suspense/horror, O Homem Invisível, da Universal Pictures. O diretor e roteirista, Justin Dec, responsável por curtas-metragens comicamente criativos como “Jennifer Lawrence Is Coming” (2013), desta vez se arrisca em uma produção de baixo orçamento, que tenta envolver e aterrorizar o público com um aplicativo de celular capaz de matar pessoas.

Na história, após uma primeira vítima aleatória que apenas serve para introduzir os perigos do aplicativo, acompanhamos a protagonista Quinn (Elizabeth Lail, da série You), uma jovem recém formada em Enfermagem que acaba de tomar conhecimento, através de um paciente no próprio hospital onde trabalha, da existência do aplicativo, que lhe informa exatamente quantos anos (ou dias) você ainda possui de vida. Ainda desacreditada de que aquilo signifique uma ameaça real, ela resolve baixar o aplicativo, e é quando passa a ter alucinações perturbadoras e a ser ameaçada por uma força maligna assustadora.

Ao passo que o roteiro tenta desenvolver uma relação dramática entre os personagens, mais precisamente em alfinetadas e a apresentação de um relacionamento conturbado entre Quinn e sua irmã mais nova (por motivos relacionados ao recente falecimento de sua mãe), percebemos as tentativas de nos causar medo e tensão (algumas bem sucedidas), através de cenas claustrofóbicas e obviamente, os inevitáveis jump scares pra lá de comerciais. Ainda que o roteiro acerte em uma quantidade de personagens (bem e também mal intencionados) ideal para desenvolver uma história interessante, o mesmo os explora de maneira pobre, principalmente por conta da necessidade de inserir uma ameaça/susto em praticamente toda cena.

Com claras intenções de ser mais do que um filme de terror sem possuir as ferramentas necessárias para isso, a obra perde forças ao trazer diálogos e situações que refletem temas como o assédio em ambiente profissional, a superação do luto familiar, ou mesmo cenas que denunciam a crescente falta de cautela das pessoas ao aceitar termos de condições (de aplicativos, no caso) sem de fato os lerem. Para piorar, o enredo se mostra imensamente recheado de clichês e abordagens que já vimos em centenas de filmes do gênero, o que afeta drasticamente na identidade própria que a obra poderia desenvolver, apelando para o que é menos arriscado, mais fácil, e consequentemente previsível.

Tecnicamente mediano e narrativamente supérfluo, A Hora da Sua Morte se apresenta como uma obra que apesar de sua nada criativa premissa, possui poucas ideias de direção que funcionam e até permitem que nos identifiquemos minimamente com a personagem principal e suas motivações, mas que pelo excesso de burrice de seus personagens e a falta de originalidade de seu enredo não se sustenta ao ponto de garantir uma trama de qualidade.