Antrum: O Filme Mais Mortal Já Feito
(Antrum: The Deadliest Film Ever Made)
Data de Lançamento: 12/11/2019
Direção: David Amito e Michael Laicini
Fantaspoa 2020
Cinefantasy 2020
Antrum: O Filme Mais Mortal Já Feito é um falso documentário canadense sobre um filme que (supostamente) foi produzido em 1979, no leste europeu. Em 1983 a produção foi recusada em diversos festivais. Misteriosamente, os jurados que recusaram a produção morreram em circunstâncias peculiares, pouco tempo após assistirem à película.
Há ainda mais duas (supostas) exibições. Uma em 1988, em Budapeste, quando um cinema pegou fogo, matando os espectadores que lá estavam. A segunda em 1993, na Flórida, quando as pessoas que foram assisti-lo se revoltaram durante o filme, ocasionando mortes por pisoteamento. É a partir desse clima de mistério e maldição que o filme Antrum é apresentado.
No falso documentário, somos apresentados brevemente ao filme e aos desastres a ele ligados. O grande atrativo, porém, é que a equipe de filmagem conseguiu acesso a uma cópia perdida de Antrum que, infelizmente, sofreu algumas poucas alterações. A intenção, então, é nos mostrar, pela primeira vez em muitos anos, o filme amaldiçoado na íntegra.
A história mostra os irmãos Oralee e Nathan. A cachorrinha da família faleceu e o menino está tendo pesadelos. Como uma forma de lidar com o trauma, Oralee pensa em levar o irmão para acampar e cavar um buraco até o inferno, para salvar a alma do antigo animal de estimação. Tudo é uma encenação da irmã para que Nathan deixe de ter pesadelos. A encenação, porém, foge do controle quando coisas estranhas ameaçam a tranquilidade da floresta.
O filme Antrum possui uma estética própria de filmes da década de 1970, como por exemplo, Aniversário Macabro (1972) de Wes Craven. Ele lembra as produções exploitation e traz a temática do satanismo dentro de uma história simples. Não há nada de incrível em Antrum, porém o foco do falso documentário não é no roteiro do filme maldito.
Antrum: O Filme Mais Mortal Já Feito trabalha com duas camadas: o falso documentário e o filme amaldiçoado. Ele exige que o espectador compre a ideia. Caso contrário, a experiência fica prejudicada. O foco da produção não é no filme Antrum, mas sim na união entre a película amaldiçoada, sua versão modificada e o documentário ao redor.
Os diretores fazem um belíssimo trabalho na condução. Os defeitos se encontram na falta de maiores conexões. A exibição de Antrum poderia ser mesclada com mais partes “documentais”, ou talvez estender a duração do filme, colocando uma parte de discussão entre os “especialistas” após o término da película amaldiçoada. Essa falta de maiores conexões prejudica um pouco a compra da ideia do falso documentário. Tirando isso, é um bela homenagem aos filmes dos anos 1970.