Crítica | Brinquedos do Terror

Brinquedos do Terror
(Toys of Terror)
Data de Lançamento: 20/10/2020
Direção: Nicholas Verso
Distribuição: SyFy

Uma família decide passar o feriado de Natal em uma casa grande e isolada. A premissa é bastante básica e recorrente em filmes de horror. Sim, ocorreu uma tragédia naquela mesma casa no passado. Em 1918, o local era um lar para crianças doentes. Um dos pacientes acabou falecendo e sua mãe, inconformada, decidiu punir todos os que lá moravam e trabalhavam através de… brinquedos demoníacos.

O diretor Nicholas Verso é ainda um tanto quanto desconhecido, mais dedicado a dirigir episódios de séries igualmente pouco conhecidas. Seu longa anterior foi Os Garotos nas Árvores (2016), que se passa no feriado de Halloween. Dessa vez o seu alvo foi o Natal.

A família composta por Hannah, David, os filhos Alicia, Franklin, Zoe e a babá Rose parte para a casa isolada e sombria. É claro que eles não contam nada do que aconteceu lá para os filhos. O plano é reformar o local, que está em situação deplorável, e vender por um bom preço. O problema começa quando eles encontram um baú com brinquedos velhos. No começo não estranham, afinal, o local era um lar infantil e crianças possuem brinquedos. Porém, brinquedos normais não andam, não falam e, principalmente, não matam.

Embora tenha pontos interessantes, o roteiro fica muito preso no drama familiar, sobretudo na revolta da filha adolescente, Alicia. Isso acaba por atrapalhar o desenvolvimento de um clima de tensão e suspense tal como ocorre em outro clássico de brinquedos assassinos e mansões isoladas: O Mestre dos Brinquedos (1989), do mestre Charles Band.

Os efeitos especiais são precários, principalmente os relacionados ao boneco dragão voador. Em outros momentos, porém, eles são aceitáveis, sem grandes incômodos ao espectador. A ação demora a acontecer e ela é muito restrita. O diretor tenta brincar com o clássico tropo narrativo de “as crianças estão vendo algo estranho, mas os adultos não acreditam”, porém não investe tempo o suficiente para que se construa essa percepção.

O pior é realmente o final, que tenta puxar um clima cafona de confraternização natalina que, em filmes cafonas natalinos é muito bem-vindo, mas em um horror de baixo orçamento e história peculiar… Ficou bastante esquisito. Brinquedos do Terror (2020) é um compilado de defeitos, mas que pode arrancar algumas risadas na noite de Natal, no período pós-festa.