Catálogo do Horror | Deu a Louca Nos Monstros

Deu a Louca Nos Monstros
(The Monster Squad)
Data de Lançamento: 14/08/1987
Direção: Fred Dekker
Distribuição: TriStar Pictures

Em 1986, Fred Dekker havia mostrado seu talento para o horror bem-humorado com A Noite dos Arrepios (Night of The Creeps). No ano seguinte, ele dirigiu uma aventura macabra que unia crianças e os monstros clássicos dos estúdios da UniversalDeu a Louca nos Monstros (1987) é do mesmo roteirista de Máquina Mortífera, lançado apenas 6 meses antes.

A dupla de protagonistas infantis inicia sua jornada na sala do diretor. Os dois passam mais tempo desenhando monstros do que prestando atenção  na aula, algo que foi muito útil nos acontecimentos que se seguiram. O diretor da escola até tenta incentivá-los aos estudos de maneira bastante cafona e vergonhosa, mas os membros do clube dos monstros são irreparáveis.

Enquanto a vida corre pacata na cidade, a muitos metros de altura, um avião carrega cadáveres. Os pilotos escutam algo e decidem verificar. Ninguém mais, ninguém menos do que o Conde Drácula está lá os esperando. Ele consegue escapar do voo e vai direto à cidade onde vivem nossos protagonistas.

Lá em baixo, um homem entra desesperado na delegacia e implora para ser preso. Ele afirma ser um lobisomem muito perigoso. A polícia não dá bola. Ao tentar forjar uma situação para ser preso, o homem acaba baleado e morre… só que não. Há apenas uma maneira de matar um lobisomem – e o filme deixa isso bem claro.

Em outro canto da cidade, no museu, a múmia desapareceu sem deixar vestígios. A polícia não consegue qualquer pista de seu paradeiro. A única explicação, aparentemente, é que ela saiu andando pela porta. Como se trata de um filme de horror, é exatamente isso que ela fez mesmo.

Faltam ainda dois monstros, mas eles logo se reúnem. Com o Monstro de Frankenstein e o Monstro da Lagoa Negra, o time de monstros está completo. Sob a liderança de Drácula, as criaturas estão em busca do diário de Van Helsing para entender melhor como destruir um amuleto feito de “bem puro”, o que lhes traria algum tipo de poder – o filme economiza nas explicações.

O diário procurado está nas mãos de Sean. Sua mãe o comprou em uma venda de garagem. O garoto não consegue ler nada, pois está escrito em alemão. Aparece um interessado em comprar o diário, um tal de Sr. Alucard. O trocadilho rende uma cena em homenagem à Drácula no Mundo da Minissaia (1972), filme no qual, após muito custo, Peter Cushing consegue descobrir que o nome Alucard é Drácula ao contrário.

Drácula no Mundo da Minissaia (1972)

Ao longo do filme há várias recriações de cenas dos filmes clássicos, um prato cheio para os fãs de horror que amam buscar referências. Além disso, há aquele típico nonsense dos anos 1980, em que crianças produzem balas de prata na aula de química na escola, piadas de gosto duvidoso, frases de efeito e explosões de dinamite – sim, explosões de dinamite.

Qualquer tentativa de desenvolver um drama explode no ar – literalmente. Dekker não está preocupado, nesse filme, em aprofundar os personagens. O objetivo é bem claro, ser um filme divertido. Deu a Louca nos Monstros (1987) cumpre muito bem o seu papel. A produção diverte, arranca risadas e nos deixa atentos com as referências aos clássicos do horror. É um filme para se ver sempre.

 

Atenção: a partir dessa seção, o texto apresentará spoilers da trama

Deu a Louca nos Monstros (1987) é uma típica aventura de horror com crianças de sessão da tarde. É um filme leve e engraçado, com momentos suuuuper anos 1980. O humor politicamente incorreto é quase um personagem, assim como o são as frases de efeito – algo que Dekker sabe fazer muito bem. Quem não lembra de Horace comemorando o fato de o Lobisomem “ter bolas” ou a busca pela virgem que deve ler o encantamento.

O personagem do Lobisomem é o único que nos oferece uma maior complexidade. Enquanto ser humano, ele sofre pelo que sua metade monstruosa fez. Mas o filme não deseja trabalhar com esse drama e o lobão acaba com uma dinamite em suas calças.

O longa de Dekker é um daqueles filmes que sabemos como vai acabar, mas que é interessante acompanhar do mesmo jeito. a maneira escrachada dos personagens permite alguns momentos que quebram a previsibilidade do roteiro simples. Algumas coisas poderiam ser melhor explicadas? Até que sim. O Monstro de Frankenstein que fica bonzinho do nada é forçado. Mas isso é um furo tão pequeno que deixamos passar. O importante é a diversão.