Crítica | Bright Hill Road

Bright Hill Road 
Data de Lançamento: 24 de setembro de 2020.
Direção: Robert Cuffley
Distribuição: Uncork’d Entertainment

Dirigido por Robert Cuffley e escrito por Susie Moloney, Bright Hill Road (2020) nos conta a história de Marcy (Siobhan Williams) uma funcionária com problemas de alcoolismo, que é colocada em licença após um erro seu escalonar para um tiroteio no escritório onde trabalha.

Após o incidente, ela sai para ver sua irmã na Califórnia. No meio do caminho decide para por alguns dias no hotel Bright Hill Road, administrado pela misteriosa Sra. Inman (Agam Darshi). O local parece despertar ainda mais a insanidade de Marcy fazendo ela perder contato com a realidade e ficar cara a cara com erros cometidos no passado.

Robert Cuffley peca na direção ao apelar para jump scares desagradáveis ​​e barulhentos. O filme acaba dependendo muito dos clichês de sempre, como ouvir vozes ou coisas que aparecem em lugares estranhos.

Contudo, Bright Hill Road não é um completo fracasso. Existem momentos eficazes, com cenas bem filmadas. Por exemplo, aquela em que um homem aparece no canto de uma moldura e as vezes em que o sangue verte lentamente do teto ou das paredes. A julgar por essas cenas, o estilo de terror mais sutil deveria ter sido a escolha do diretor.

Este é mais um filme que se salva do completo tédio por causa da atuação. Siobhan Williams, que faz a protagonista Marcy, consegue nos fazer sentir na pele o quão doente e nauseada ela está. Isso contribui para experienciarmos o mal-estar e o desespero de querer ir embora e fisicamente não poder.

Um dos maiores problemas deste filme é o roteiro. Fraco e cheio de escolhas equivocadas. Sem entrar em spoilers, mas a revelação final sobre o que realmente é o Bright Hill Road é bastante decepcionante. O pior de tudo é que há uma construção, o final não vem realmente do nada ou algo parecido, mas a execução é simplesmente desleixada.

O filme tem, reconhecidamente, muitas ideias interessantes e uma boa premissa: uma mulher alcoólatra com problemas de um passado não resolvido, está presa no misterioso Bright Hill Road, tentando um caminho para a sobriedade, enquanto fantasmas antigos retornam para assombrá-la.

No mínimo, o roteiro tentou mostrar algumas semelhanças com o clássico O Iluminado (1980), ao qual o filme ainda presta uma pequena homenagem. Mesmo assim, em comparação com algo como O Iluminado, o filme erra ao tentar se explicar demais.

O horror mais eficaz às vezes vem do desconhecido, e tentar explicar e conectar todos os fios – uma mulher chorando, um homem assustador, objetos e mensagens aparecendo – para que tudo faça sentido no final, no caso de Bright Hill Road, mitiga a eficácia da construção de uma atmosfera de horror.

A fotografia de Robert Riebdeau foi muito bem executada. As cores e a composição das tomadas realmente se destacaram e ajudaram a elevar um pouco mais o filme, especialmente quando Marcy estava lidando com seu problema com a bebida ou a abstinência.  A câmera entrando e saindo de foco, acentua os detalhes ao redor da sala, uma forma eficaz de nos colocar dentro da cabeça de Marcy.

Bright Hill Road foi um filme que começou com muitas promessas e, embora não tenha sido uma experiência terrível, deixou a desejar, muito por causa de um roteiro fraco e escolhas equivocadas na forma de como a história foi contada. A experiência ao assisti-lo foi basicamente como receber um presente novo e ao abrir a caixa, encontrar algo que já ganhou no ano passado.