Crítica | Equinox (1ª Temporada)

Equinox
(Equinox)
Data de Estreia no Brasil: 30/12/2020
Criadora: Tea Lindeburg
Distribuição: Netflix

Mesmo sem fazer muito alarde com sua divulgação, a nova série dinamarquesa da Netflix entrou sorrateiramente no catálogo, encontrou facilmente seu público e vem conquistando espaço no TOP 10 de mais assistidos da plataforma. Criada por Tea Lindeburg, Equinox bebe da fonte de DARK e se apresenta cheia de camadas o mistério para deixar seus fãs ansiosos por uma segunda temporada.

Após o desaparecimento de sua irmã mais velha, Ida (Karoline Hamm), durante uma viagem de formatura, Astrid (Danica Curcic), que tinha apenas 9 anos, passa a ter visões aterrorizantes sem explicações sobre o possível local que sua irmã estaria sendo mantida. Nos dias atuais, 21 anos depois, uma ligação misteriosa na rádio onde Astrid trabalha a deixa desconcertada e a faz voltar a lembrar de todos os acontecimentos, o que a faz ir em buscas de respostas, mesmo que essas estejam ligadas a um mundo sobrenatural.

O roteiro encontra maneiras de nos projetar imediatamente no sentimento de angústia e de busca por respostas de Astrid. Nos vemos tão obcecados pela verdade e no objetivo de encontrar Ida quanto a personagem principal, enquanto nos revoltamos com tamanho egoísmo e atitudes repulsivas de pessoas próximas à Astrid desde quando ainda era criança (interpretada muito bem pela atriz Viola Martinsen). Numa reflexão sobre como o mundo pode ser horrível, embarcamos simultaneamente em uma interessante viagem espiritual e dramática.

Nessa jornada, o que nos cativa acima de tudo e nos transmite todo o realismo necessário para tal, é a impressionante atuação da protagonista Danica Curcic. Sua realidade depressiva e seus esforços incessantes para encontrar a única pessoa que de fato a compreendia, transbordam em tela juntamente com seu olhar e expressões mais que convincentes. As descobertas de Astrid nos agarram ainda mais para a história, a partir de mistérios envolvendo datas, equinócios, uma música de rock, um livro cabalístico e até rituais.

Em apenas 6 episódios de duração convencional, Equinox instiga, amedronta e emociona seu público com sabedoria, nos gerando perguntas e plantando pistas aos poucos, num ritmo ideal que não nos mantém sem informações, mas também não entrega todas as respostas facilmente. Com todas as ferramentas necessárias em mãos, que vão de um elenco competente e uma equipe técnica criativa até uma história sensível e repleta de enigmas, a série não nos decepciona e alcança um bom lugar entre as séries europeias mais provocantes de 2020.