Crítica | Evil: Contatos Sobrenaturais

Evil: Contatos Sobrenaturais
(Evil)
Data de estreia: 26/09/2019 (EUA)
Criador por: Michelle King, Robert King
Distribuição: Globoplay (BR) 

         São poucas as séries de terror ativas no momento, logo, qualquer produção do gênero desperta interesse em nós, meros mortais em busca de histórias tenebrosas. Depois de uma pequena experiência em uma ativação da série na Comic Com Experience de São Paulo em 2019, Evil ficou marcada como uma obra a ser conferida .

         No primeiro dia de novembro de 2020 a série entrou para o catálogo do streaming da Globo e fui conferir, com uma expectativa alta. Embora a série não seja muito popular no meio, ela possui nomes conhecidos em sua produção: os criadores, Michelle e Robert King, são as mentes por trás de duas das maiores séries dos EUA, The Good Wife e sua derivada, The Good Fight. Além disso, um dos protagonistas é o ator Mike Coulter, que interpretou Luke Cage na série homônima da Netflix.

         Evil conta a história de Kristen (Katja Herbers, The Leftovers), uma psicóloga que, após alguns percalços, acaba sendo convidada por um seminarista para trabalhar com ele para a Igreja Católica. Unindo  o conhecimento em psicologia de Kristen, a fé de David (Coulter) e a ciência de Ben (Aasif Mandvi, Blue Bloods), eles investigam casos dos mais diversos, tentando compreender se o ocorrido trata-se de algo sobrenatural ou algo terreno.

         A estrutura da série é híbrida, tendo suas bem trabalhadas tramas procedurais mescladas com um pouco do arco central por todos os episódios, até que cheguem numa conclusão bem surpreendente ao final da primeira temporada. Porém, o foco excessivo nos casos semanais acaba diminuindo as oportunidades de aprofundar os personagens e suas relações, algo que podia ser muito agradável devido a boa performance e simpatia de todos os envolvidos no projeto.

         Em Evil temos desde os casos mais comuns e batidos do sobrenatural, como os de possessão em crianças e adultos, até casos mais bizarros, como uma possível possessão de um feto. A abordagem cética é um ponto positivo, tendo em vista que, mesmo sendo uma série de cunho sobrenatural, ainda existem muitas possibilidades sobre os casos apresentados, conseguindo o investimento de quem assiste.

         Existem algumas homenagens durante a série a filmes clássicos do gênero como “O Bebê de Rosemary”, “O Exorcista”, “Poltergeist”. Algumas mais sutis do que outras, mas são sempre um bonito aceno para os clássicos.

         A série possui 13 episódios de cerca de 45 minutos cada e vale muito a pena o seu investimento. A CBS já encomendou uma segunda temporada, que pode demorar um pouco devido à pandemia do Coronavírus, mas que promete ser ainda mais intensa do que a primeira.

         Evil não surpreende em sua fórmula, mas apresenta uma trama misteriosa, envolvente e (às vezes) chocante na medida certa. Sem dúvida uma das maiores promessas do ano com sua nova temporada e que precisa ser divulgada para todos os fãs de terror.