Crítica | Ghostbusters – Mais Além

Ghostbusters – Mais Além
(Ghostbusters: Afterlife)
Data de Lançamento: 18/11/2021
Direção: Jason Reitman
Distribuição: Sony Pictures

Emocionante e engraçado, Ghostbusters – Mais Além (2020) resgata o espírito do filme de 1984. Após o mediano longa de 2016, a franquia mostra que soube aprender consigo mesma e propôs uma renovação, homenageando o original, mas sempre mantendo o bom humor. Jason Reitman, que é filho do criador da franquia, Ivan Reitman, consegue conduzir bem o elenco que conta com Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Carrie Conn e Paul Rudd, combinando de maneira efetiva os momentos de humor e os de tensão.

Na história, Callie (Carrie Conn) é mãe-solo de Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace). Os três são despejamos de onde viviam, pois estão falidos. Justamente nesse momento, a mãe herda uma misteriosa fazenda que pertencia a seu pai, um homem que mal conheceu. O fazendeiro de lama, como ficou conhecido na cidade de Summerdale, é um personagem conhecido que os fãs vão identificar já nos primeiros minutos. Sua neta, Phoebe, é a própria imagem do avô.

Essa cidade no meio do nada guarda um importante e perigoso segredo. Phoebe e Trevor, juntos de seus novos amigos, Lucky e Podcast, terão que desvendar os segredos dos Caça-Fantasmas para salvar a cidade e o mundo de uma ameaça já conhecida por nós, fãs da franquia. Esse movimento de descoberta é muito bem feito, pois o espectador é convidado a revisitar a memorabilia clássica e se empolgar junto com os novos personagens que estão conhecendo os Caça-Fantasmas pela primeira vez.

O roteiro opta por deixar as ameaças no campo do conhecido. Não há nada de muito novo. A renovação da franquia é feita sob as bases já existentes e sabe respeitar e homenagear o quarteto original. É impossível não se empolgar com Phoebe descobrindo a mochila de prótons, ou Trevor arrumando o Ecto-1. As piadas, de modo geral, funcionam muito bem, não são forçadas nem aparecem em momentos inoportunos. Os novos personagens são muito carismáticos e tem personalidades bem definidas.

A única ressalva fica para alguns poucos problemas de ritmo. O filme parece ser mais longo do que de fato é, em razão de a ação principal demorar a acontecer. A música tema dos Caça-Fantasmas, aqui sendo bastante preciosista, faz falta e não deveria estar apenas nos créditos finais. A ameaça apocalíptica também poderia ter sido um pouco melhor trabalhada, com mais fantasmas aparecendo. Contudo, como é um vilão – ou vilã – que já conhecemos, seu escasso desenvolvimento é compreensível.

O ponto forte fica nos fantasmas e demais efeitos práticos e computadorizados. Os monstros tem cara de anos 1980 e isso é muito divertido. A não opção pelo CGI para os “cachorrões” foi muito acertada, pois deixaram os bichos com aquela aparência dos famosos animatrônicos. A cena final é muito emocionante e sabe criar e trabalhar com todo o drama e nostalgia presentes.

Por fim, resta dizer que Ghostbusters – Mais Além (2020) – dessa vez não traduziram o nome do grupo para o português – é um belo filme que sabe divertir e emocionar. Phoebe, sem dúvidas, foi minha personagem favorita. O longa estreia nos cinemas brasileiros no dia 18 de novembro de 2021 e vale a ida ao cinema!