Crítica | Godzilla Vs Kong

Godzilla Vs Kong
(Godzilla Vs Kong)
Data de Lançamento: 24/03/2021
Direção: Adam Wingard
Distribuição: HBO Max

Após a introdução do lagarto radioativo em Godzilla (2014) e a consagração do macaco gigante em Kong: A Ilha da Caveira (2017), o público esperou ansioso pelo encontro dos titãs anunciado já em Godzilla II: Rei dos Monstros (2019). O filme não é perfeito, o roteiro escorrega demais em alguns pontos, mas na parte da ação, ele entrega tudo o que prometeu e consegue até mesmo nos surpreender.

A primeira imagem que temos é Kong, que está preso em uma redoma na Ilha da Caveira. Detalhe importante: ele cresceu, então pode rivalizar com Godzilla sem problemas. De início uma coisa já fica clara: a pós-produção trabalhou demais. Os efeitos computadorizados que criaram os dois monstros foram muito bem feitos e importantes para o desenvolvimento da história. Enquanto público, temos acesso inclusive às expressões faciais dos titãs, que nos mostram seus sentimentos/pensamentos.

O primeiro encontro dos dois se dá em território favorável a Godzilla. A luta não decepciona. Ação não se resume a socos, chutes e explosões, e nisso o filme acerta demais. O diretor, Adam Wingard, escolhe planos e movimentos de câmera que deixam tudo mais bonito e frenético. É claro que o grande destaque é a luta final, decorada com o neon dos prédios e letreiros. O efeito é bonito, os monstros não estão escondidos por fumaça, então recebemos uma trocação de tapas que dá gosto de ver.

Mas nem tudo são flores. Os núcleos humanos são a parte mais fraca da trama. Os personagens ao redor de Kong são os melhores. Eles possuem uma profundidade maior, em especial Jia, a criança nativa da Ilha da Caveira interpretada por Kaylee Hottle. Ela possui uma ligação especial com o macacão e até mesmo se comunica com ele.

Por outro lado, o núcleo ao redor do Godzilla, que inclui a atriz Millie Bobby Brown, não consegue convencer muito. Há um grande desequilíbrio entre os núcleos. Enquanto os “amigos do Kong” adentram em aventuras no centro da terra, os “amigos do Godzilla” são muito atrapalhados e não servem para desenvolver a trama. Wingard é muito bom dirigindo as cenas de ação, mas comete falhas na direção dos personagens humanos.

Apesar dos erros, vamos combinar que ninguém vai assistir Godzilla Vs Kong (2021) pela sua carga dramática. O que queremos enquanto público é luta, é porrada, é diversão, é destruição… Esses elementos nos são entregue de forma titânica. Vale a pena pela diversão e, de quebra, ainda podemos aproveitar a bela fotografia que envolve as cenas de luta.