Crítica | Haunt

Haunt
Data de Lançamento: 08/10/2020
Diretores: Scott Beck, Bryan Woods
Distribuição: Amazon Prime Video

Haunt é um filme de terror dirigido por Scott Beck e Bryan Woods, que foram os roteiristas de Um Lugar Silencioso, um dos maiores sucessos no gênero em 2018. Com produção de Eli Roth, o longa chama a atenção para os fãs do gênero, dada as credenciais de sucesso de seus idealizadores.

Os momentos iniciais de Haunt decepcionam, nos primeiros dez minutos já se contam quatro jump scares, o que seria uma proposta muito diferente do aclamado Um Lugar Silencioso.

Acreditando que haveria uma mudança de perspectiva ou a apresentação de algo novo, acompanhamos o roteiro. Mais à frente se percebe que estes minutos iniciais foram criados para fazer com que o espectador se acostumasse ao anticlímax que viria, já que o diretor não volta mais a utilizar o recurso do jump scare.

O longa-metragem passa a ter uma trama de terror clássico, com vilões fortes e a temática de um survivor horror com os personagens lutando avidamente para se manter vivos. A história é simples e de fácil compreensão, tanto que o trailer acaba entregando demais e até inclui cenas importantes do desenrolar do filme.

O plot principal trata sobre um grupo de amigos, que na noite de halloween, decide conhecer um parque de diversões, que fica em uma casa e que é considerada uma atração extremamente mal-assombrada, daquelas bem ao estilo trem fantasma.

Chegando ao local, eles são recebidos por um palhaço, o que é perfeitamente justificável naquela noite. O anfitrião recolhe os celulares e eles entram na casa, para o que seria uma grande aventura, uma noite histórica. Na medida que eles avançam nesta casa mal-assombrada, passam a notar espaços estranhos à ambientação e aos poucos começam a descobrir coisas excêntricas.

Constatadas estas inconsistências, eles decidem sair da atração só que não conseguem. É o momento em que o roteiro avança para o estilo survivor e os antagonistas, que são os palhaços, acabam tirando suas máscaras e a visão apresentada não é melhor do que aquelas estranhas faces risonhas pintadas.

Para entender Haunt devemos ter em mente que ele é um filme de terror independente, com baixo orçamento. Com bastante reverência e um senso de inovação, ele faz homenagens a clássicos do gênero, tais como Halloween (1978), O Massacre da Serra Elétrica (1974) e Jogos Mortais (2004), mas sem orçamento, efeitos especiais e sem abusar do recurso jump scare, salvo nos minutos iniciais.

O espectador é preso na história contada sobre a luta pela sobrevivência, uma grande ameaça apresentada por pessoas aterrorizantes. Claro que existe nas construções alguns desvios e em uma análise mais rígida, algumas incoerências, como a restrição do uso de celulares, a entrada na casa sem qualquer tipo de pagamento, a divisão dos personagens com grupos separados para cada lado e o plot twist no final que acaba por desconstruir os próprios vilões.

Apesar da limitação orçamentária, o grande destaque desta obra é a criatividade, destaque para a construção da casa mal-assombrada, onde cada espaço possui uma surpresa diferente, que acabam em viradas de roteiro convincentes e bem colocadas. A direção acerta em diversos artifícios bem empregados, que mostram como é possível fazer um bom filme de terror, que tenha apelo e agrade o público, com pouco orçamento.

Mérito para Scott Beck e Bryan Woods, que retornarão para Um Lugar Silencioso 2, adiado para 2021. O filme Haunt agrada, mas é feito para se assistir com a cabeça leve, sem muitos questionamentos. Ele é bem estruturado em seu começo, meio e fim contendo um plot twist honesto ao final do terceiro ato.