Crítica | M3GAN

M3GAN
Data de Lançamento no Brasil: 19/01/2023
Direção: Gerard Johnstone
Distribuição: Universal

A boneca assassina mais esperada de 2023 finalmente chega aos cinemas essa semana. Com produção de James Wan, M3gan (2023) já havia se tornado um viral na internet antes mesmo de o trailer ser lançado. A ideia de uma boneca-robô super inteligente e assassina conquistou os brasileiros nas redes sociais e, com certeza, vai fazer muita gente se divertir nos cinemas.

O elenco conta com Violet McGraw, atriz mirim de A Maldição da Residência Hill e Allison Williams, que ficou famosa por suas performances em Corra! (2017) e Perfeição (2018). Na história, Cady (McGraw) perde os pais em um acidente e vai viver com sua tia, Gemma (Williams), uma proeminente desenvolvedora de brinquedos da Funki, empresa especializada em brinquedos robóticos.

Gemma utiliza verba da empresa no protótipo não autorizado de M3GAN, uma boneca-robô que, pretende-se, vai ser transformar no brinquedo definitivo, a melhor companhia para crianças. Utilizando a sobrinha como cobaia, Gemma decide ativar o protótipo, que passa a analisar todos os aspectos da vida de Cady para aprender e se desenvolver.

Brinquedos assassinos e robôs violentos não compõem uma sinopse inovadora. Mas a união desses dois conceitos cai muito bem para o filme. Muitos fãs de horror falaram nas redes socais que M3GAN seria o Maligno (2021) de 2023. Creio que não seja bem por aí. Ambos os filmes tem seus méritos. Enquanto Maligno opta por uma abordagem mais extravagante, com plot twist e muito sangue, M3GAN (2023) apresente um roteiro mais pé no chão, dentro das suas possibilidades, é claro, afinal, se trata de um filme sobre uma boneca assassina.

O roteiro de Akela Cooper, que também escreveu Maligno, e James Wan é recheado de humor. Que fique claro: um humor que funciona. Há momentos que beiram o constrangedor, há piadas e há música, sim, há música. Além de assustar e matar, a boneca M3GAN também solta sua voz em uma versão de Titanium de David Guetta e Sia.

Apesar do bom ritmo, do humor afinado e de boas atuações, falta em M3GAN um pouco mais de bizarrice, nonsense, de ridículo mesmo. Há poucas mortes e quase nada de sangue. Praticamente todas são fora de cena. Quando parece que vai engrenar, o filme já se encaminha para a conclusão. Não teria problema nenhum em ter mais uns 10 minutos de cenas mais violentas (o filme tem 1h40).

O diretor Gerard Johnstone não tinha muitos créditos em longas. A maior parte de seus trabalhos foram com séries de TV não muito famosas. Talvez fosse o caso de M3GAN ter sido dirigido por Wan, um diretor já mais familiarizado com o gênero. Apesar disso, o filme da boneca assassina tem tudo para ser um dos mais memoráveis – e memeráveis – de 2023. Vale a ida ao cinema.