Crítica | O Bingo Macabro – Welcome to the Blumhouse

O Bingo Macabro
(Bingo Hell)
Data de Lançamento: 01/10/2021
Direção: Gigi Saul Guerrero
Distribuição: Amazon Prime Video

         A antologia de filmes Welcome to the Blumhouse voltou para uma ‘segunda temporada’ com mais quatro novos longas de terror, parceria entre o Prime Video e a produtora Blumhouse. O Bingo Macabro foi um dos primeiros a serem lançados e apresenta um grupo de idosos que precisa lidar com uma entidade macabra que passa a ameaçar os moradores da pequena Oak Springs através de um jogo de bingo sinistro.
         Como a maioria dos outros longas da antologia, O Bingo Macabro apresenta uma história que apresenta uma boa premissa e bons argumentos mas que se perde no meio da própria narrativa, com cenas forçadas e finais frágeis.
        
Quando Mr. Big (Richard Brake), um novo apresentador de bingo chega à cidade, trazendo inovação, brilho e dinheiro, boa parte dos remanescentes da comunidade se deslumbram, menos Lupita (Adriana Barraza), que é o último laço verdadeiro entre o passado e o presente. A luta da personagem é emocional, a princípio, representada pelos coffee shops, barber shops e todos os outros hipsters shops, até que as coisas comecem a fugir do controle.
        
O longa ganha muitos pontos ao ser protagonizado em sua maior parte por sexagenários, especialmente mulheres, grupo particularmente marginalizado na indústria. E isso rima com o subtexto de gentrificação e de esquecimento que a trama apresenta, ao mostrar uma Oak Springs que é cada vez mais apagada a partir de uma longa segregação daquela população.
        
As atuações em diversos momentos aparentam estar acima do tom, o que, sendo sincero, combina com as atuações de novela mexicana em geral, mas eles poderiam ter diminuído um pouco mais na intensidade para evitar cair no lugar comum.
        
Os efeitos de gore aqui são bem eficientes e competentemente nojentos em sua maioria, deixando algumas cenas bem desconfortáveis – embora algumas ainda sejam não intencionalmente engraçadas. Porém, o que prejudica de verdade o filme é a quantidade de cortes desnecessários que muitas vezes nos fazem perder totalmente a orientação espacial da cena. E isso é útil nas cenas de alucinação, mas até em sequências que não precisam desse artifício, ele está lá.
        
A emoção exagerada e o tempo gasto em tramas secundárias e nem um pouco interessantes fazem com que o O Bingo Macabro não consiga prender a atenção de quem assiste por muito tempo, e embora o subtexto presente seja interessante e importante, ele definitivamente não fazem com que o longa seja algo muito marcante.