Crítica | Sem Saída (2022)

Sem Saída (2022)
(No Exit)
Data de Lançamento: 25/02/2022
Direção: Damien Power
Distribuição: Star+

É sempre interessante a sensação de ver um filme sem conhecer nada sobre ele. Com uma capa simples, mas que me chamou a atenção, fui assistir Sem Saída – um dos títulos de filmes mais clichês de todos os tempos – e fiquei muito feliz com essa grata surpresa que praticamente não ganhou nenhum tipo de divulgação na sua estreia. 

Sem Saída conta a história de Darby (Havana Rose Liu), que devido uma forte nevasca acaba presa em um Centro Recreativo com mais quatro estranhos. Para piorar a situação, Darby encontra uma criança sequestrada numa van no estacionamento do local e precisa descobrir em quem confiar para poder ajudar a garotinha. 

Falando sobre estes quatro estranhos, temos quatro arquétipos que levantam suspeitas. Lars (David Rysdahl) é o cara mais esquisito, suspeito número um, o que faz com que a gente se sinta tentado a descartá-lo. Ash (Danny Ramirez) é um atleta expansivo, engraçado e brincalhão, alguém que pode não ser tão legal quanto aparenta. O casal Ed (Dennis Haysbert) e Sandi (Dale Dickey) – essa última levanta suspeita principalmente pelo seu papel na péssima Them, do Prime Video – apesar de legais, parecem estar mais atentos do que o necessário durante toda aquela situação.

Contando com uma trama simples e reta, Sem Saída – baseado num livro de mesmo nome do escritor Taylor Adams não gasta muito tempo em nos prender na situação principal. E tudo aqui vai convergir para trazer em quem assiste a maior sensação de enclausuramento possível. Não apenas pela nevasca, mas pelo plano de fundo da personagem. Também pela situação do sequestro e pela forma com que ela precisa descobrir rápido o que fazer. 

A simplicidade também está no designer do filme. Pela situação limite em que se encontra, o filme leva essa seriedade para a produção, contando sua história de maneira crua e fria e com uma qualidade muito boa nas suas cenas de violência mais gráfica. 

Apesar de apontar a trama como “simples e reta” acima, ela brinca bastante com reviravoltas e revelações durante toda a sua duração. Desde que é revelada a situação problema, o filme não se acomoda em nenhum momento, mudando suas perspectivas e brincando com nossas expectativas – inclusive gosto de apontar uma cena de flashback que acontece perto do final do filme que mexe um pouco com a gente. 

No quesito de atuação, todos estão muito bem. Em especial, Havana Rose Liu que chega a seu primeiro papel de protagonismo apresentando uma personagem viva que envolve e comove a todo momento. 

Não dá pra negar que na tentativa de surpreender o tempo todo, algumas das revelações perdem seu sentido, mas na maior parte do tempo Sem Saída consegue ser um thriller muito competente que apavora em sua premissa tão possível e em seus momentos tão cruéis.