No Escape
Data de Lançamento: 16/07/2020
Direção: Will Wernick
Distribuição: Vertical Entertainment
Aparentemente um pouco atrasado no quesito de filmes sobre “salas de escape”, “No Escape” estreou em julho de 2020 trazendo novamente ao horror o subgênero de pessoas escapando de armadilhas mortais em busca de uma saída para jogos sádicos, no estilo “Jogos Mortais”. Porém, o filme, que tem um início interessante, entra em clichês atrás de clichês tornando morno algo que, se bem explorado, poderia ser explosivo.
“No Escape” – ou “Follow Me”, já que o filme tem aparentemente dois títulos na internet – segue Cole (Keegan Allen, Pretty Little Liars), um gigante influencer digital que ganha fama na web seguindo dicas de seus seguidores para esportes radicais e atividades que aparentemente colocam sua vida em perigo. Com um grupo de amigos e sua namorada, eles viajam para a Rússia numa comemoração de seu canal em uma atividade escolhida por seus amigos. A partir daí eles começam a perceber que a sala de escape na qual se encontram é mais um jogo de vida e morte do que esperavam.
Como já citado, o filme tem uma cena de abertura super legal mostrando o crescimento do canal de Cole e situando os telespectadores até o momento em que ele se encontra. No entanto, a criatividade de Will Wernick, roteirista e diretor do filme, morre nessa cena inicial. Todos os dilemas e personalidades dos amigos do protagonista são extremamente estereotipadas para preencher as expectativas dos arquétipos de um filme de terror tradicional: Dash (George Janko) é o brincalhão que só pensa em sexo, Thomas (Denzel Whitaker, The Purge) é o melhor amigo fiel e Erin (Holland Roden, Teen Wolf) é a namorada apaixonada e introvertida de Cole.
As armadilhas são até inventivas, embora algumas tornem difícil entender como foi possível solucioná-las tendo tão pouco acesso à informação; mas criticar isso em um filme desse subgênero já é ser muito chato. De qualquer forma, é interessante ver a escalada do terror do protagonista, que começa completamente descrente de tudo o que acontece a seu redor até o ponto que o acompanhamos no final.
O final, por sua vez, procura se diferenciar das tramas tradicionais ao trazer uma reviravolta que, sinceramente, não convence muito. É subestimar completamente a inteligência tanto do telespectador quanto do próprio Cole. Essa tentativa de subversão pode funcionar para aqueles que acompanham o filme por conta do elenco, famoso por séries adolescentes, e que não tem um background tão grande em filmes do gênero, mas é algo bem batido e preguiçoso.
“No Escape” é um filme que surgiu de uma ideia ultrapassada, e que perde a chance de utilizar planos inventivos e atualizar o gênero. O filme, além de tudo, subestima o telespectador no final. Ao invés de assisti-lo recomendo que você veja “Medo, S.A.”. Não é muito melhor, mas ao menos é mais original.