Crítica | Slasher: Ripper (5ª Temporada)

Slasher: Ripper

Criação: Aaron Martin

Ano: 2023

País: Canadá

Distribuição: Shudder

Nota do crítico:

Ela voltou: aquela que se recusa a morrer – e já voltou dos mortos duas vezes. A mais amada e desconhecida série antológica do mundo. Intitulada de Ripper, a quinta temporada de Slasher agora volta para o século XIX em busca de muito sangue, morte e mistérios. Confira a crítica da quarta temporada aqui no site. 

Em Slasher: Ripper, somos apresentados a um grupo de elite da sociedade de Toronto que passa a ser ameaçado por uma sinistra figura apelidada de The Widow (ou A Viúva, em tradução livre). Enquanto o detetive Kenneth (Gabriel Darku) tenta encontrar a figura sombria, nenhum dos mais ricos da cidade parecem estar seguros. 

Se você é familiarizado com a série, deve saber que o maior atrativo dela são as mortes mirabolantes. Mesmo as temporadas com as histórias mais fracas ainda servem muito gore e criatividade na hora de enviar seus personagens para o outro mundo, e em Ripper as coisas não são diferentes. 

A temporada em si demorou uns três episódios para me prender – talvez pelo roteiro fraco/confuso a princípio, talvez pelo meu desgosto pessoal para obras de época – mas chegando ao fim, essa foi, pra mim, uma das melhores temporadas da antologia. 

Contando com alguns atores já conhecidos de outras temporadas, como Christopher Jacot e Paula Bracanti – que eu tenho como uma figura materna –, a série se aproveitou dele, que se tornou um dos maiores trunfos narrativos atuais: o eat the rich. 

Ripper, de forma geral, gira em torno de um segredo que envolve uma noite que ocorreu a doze anos atrás, onde os mais ricos da sociedade cometeram alguma coisa hedionda e, como uma boa história slasher, o carma uma hora chega. 

Talvez o maior problema para mim – além da história confusa que já citei – seja a quantidade gigante de personagens e núcleos. Temos o núcleo policial, o núcleo do bordel, o núcleo do “grande vilão”, um núcleo que conta a história da Cinderela (!). Além de outros personagens que estão mais apoiados narrativamente em um desses e não se caracterizam exatamente como um núcleo à parte.

E sim, você leu corretamente: um dos núcleos envolve uma livre adaptação da história da Cinderela. Mas isso faz parte da quantidade comum de “referências” presentes na temporada. Além da clara ligação a Jack, the Ripper e a Cinderela, ainda temos ótimas cenas de sessões espíritas (primeira vez que o oculto aparece na série, se não me engano), além de Frankenstein, A Letra Escarlate etc. 

Como sempre, a revelação de quem é A Viúva é bem clichê e não surpreende muito, mas a partir do momento que os personagens vão morrendo e a trama vai afunilando, é mais fácil prestar atenção e curtir a história mesmo com suas grandes previsibilidades. 

Se Slasher vai ganhar outra temporada é incerto, mas é um fato que assim como Jason, é muito provável que mesmo cancelada, ela volte do além para mais uma chacina.