Crítica | SurrealEstate (1ª Temporada)

SurrealEstate (1ª Temporada)
Data de Lançamento: 16/07/2021 (EUA)
Criação: George Olson
Distribuição: Syfy

         Um dos mais frequentes artifícios do terror são as casas mal-assombradas, todo o perigo e a aura misteriosa envolta delas. Em SurrealEstate somos apresentados a uma firma de corretores de imóveis responsável por essas tais casas. Mesmo com uma premissa legal, a série é muito prejudicada pelos já característicos erros da Syfy.
        
A firma de Nick (Tim Rozon, que me lembra muito o Rob Lowe) é responsável por exorcizar e cuidar de todas as casas mais peculiares, aquelas que ameaçam os seus moradores. Junto a Nick, trabalham o quase padre Phill (Adam Korson), o mestre das tecnologias August (Maurice Dean Wint), a secretária descolada Zooey (Savannah Basley) e a competente novata Susan (Sarah Levy). Completando o elenco principal temos uma das clientes da agência, Megan (Tennille Read, que é muito parecida com a Morena Baccarin).
        
Com atuações muito acima do tom e situações completamente desconexas, é difícil encarar SurrealEstate como algo sério. Não que a série se leve muito a sério na maior parte do tempo, mas é que a artificialidade do enredo e da maior parte das tramas é palpável, desanimando bastante.
        
A série, que mistura horror, comédia e drama, apresenta personagens que possuem passados traumáticos dos mais variados e vão sendo desenvolvidos com o decorrer dos episódios. Alguns deles possuem até habilidades especiais e os efeitos especiais, por incrível que pareça, não são tão “nível Syfy” assim.
        
SurrealEstate ganha muitos pontos justamente em seus personagens, que carregam o nosso interesse mesmo através de episódios mornos e tramas desinteressantes. Apesar da atuação não ser o suficiente para ninguém ali ser indicado ao Emmy, eles dão características muito interessantes a cada um dos personagens e, assim como um encosto, eles grudam em você.
        
Outro ponto muito positivo são os termos e artefatos que eles inventam para os fantasmas e demônios, o que ativa a memória afetiva na hora com as lembranças de Os Caças Fantasmas. Classificações como roadies e Olsens (em referência às gêmeas) ajudam a criar particularidades interessantes dentro da mitologia gasta e conhecida na qual eles se adentram.
        
Algo que poderia beneficiar bastante a trama seria investir mais na urgência das situações. Nunca existe uma consequência realmente séria ou que impacte muito a vida dos protagonistas, tudo é resolvido muito rápido e nenhum deles entra em algum tipo de perigo. Um bom exemplo é o sétimo episódio da temporada, Quarantine, que apesar de ser um episódio mais sério, nunca chega a ser tenso de verdade. E não precisa ser intenso o tempo todo, mas, se em algum momento houvesse algo sério, a apreensão pelos personagens seria mais eficaz.
         No final, SurrealEstate tem um saldo mais positivo que negativo. Caso seja renovada ela poderia se beneficiar bastante em uma mudança na sua estrutura, tentando investir mais no sobrenatural e um pouco menos nos outros diversos aspectos que a série procura atingir. Mas, se você curte séries de qualidade duvidosa, essa é altamente recomendada.