Crítica | The Dark and the Wicked

The Dark and the Wicked
Data de Lançamento: 06/11/2020 (EUA)
Direção: Bryan Bertino
Distribuidora: Shudder/RLJE Films

         Lançado há pouco tempo, The Dark and The Wicked  conseguiu surpreender positivamente, utilizando muito pouco para tal. Bryan Bertino (Os Estranhos, Um Monstro no Caminho) tem em seu currículo poucos filmes dirigidos, mas aqui o  roteirista, produtor e diretor mostra o quanto amadureceu com suas experiências cinematográficas.
         Numa fazenda no meio do nada dois irmãos se reúnem com a mãe para dar adeus ao pai, que se encontra em estado terminal. No entanto, no decorrer de uma semana, as coisas saem bastante do controle para toda a família.
         The Dark and the Wicked  definitivamente não é para os que gostam de filmes mais frenéticos. O ritmo mais lento e calmo do começo nos situa na pacata situação do interior, embora em momento algum a tensão nos abandone. Tensão, aliás, é a palavra-chave aqui. Durante todo o filme, mesmo nos momentos onde aparentemente nada acontece, a narrativa consegue nos deixar apreensivos, na expectativa de algum acontecimento.
         Acontecimentos estes que começam de forma drástica e sem preparo ao telespectador. O filme utiliza muito de jumpscares mas aqui eles alimentam bastante a história, não sendo jogados apenas como uma auto afirmação vazia do longa de terror ao tentar assustar. Os sustos fomentam a sensação de insegurança tal qual no recente “O Que Ficou Para Trás” da Netflix.
         A história de terror em um núcleo tão limitado é extremamente claustrofóbica, ajudando o telespectador a ficar mais apreensivo com as possibilidades do que pode acontecer com os personagens principais durante o desenrolar da trama. Os atores, aliás, estão muito bem, em especial Marin Ireland (The Umbrella Academy) interpretando Louise, personagem que vai da descrença ao medo, do medo ao pavor, exigindo muito da atriz.
         No mais, a obra de Bryan Bertino conta com um terror psicológico pesado e algumas cenas de terror corporal muito bem feitas – mesmo apesar do aparentemente baixíssimo  orçamento, o que deixa tudo mais impressionante – apesar dos efeitos especiais ‘meia boca’ que não chegam a atrapalhar o desenvolvimento da história em si.
         The Dark and The Wicked foi uma bela surpresa no terror desse ano, contando com boas atuações, boa história e uma ótima mitologia. Se você curtiu filmes como o já citado “O Que Ficou Para Trás” e o ótimo “Relic” – que aliás tem um RdMCast maravilhoso sobre, já conferiu? – você precisa assistir esse longa.