Crítica | Umma (2022)

Umma
Data de Lançamento: 17/04/2022
Direção: Iris K. Shim
Distribuição: Sony Pictures Entertainment

Eu demorei um pouco a ver esse filme já que a maioria das críticas não foram nada agradáveis com ele. Qual não foi minha surpresa quando acabei gostando mais do filme do que esperei. Se foram minhas baixas expectativas, não sei. Mas Umma acabou saindo com mais saldo positivo que negativo no final das contas. 

Em Umma, acompanhamos Amanda (Sandra Oh, Killing Eve) que mora isolada de todo o mundo junto com sua filha Chris (Fivel Stewart, Atypical). Depois de uma visita e uma notícia inesperada, Amanda começa a questionar sua própria sanidade e Chris pode estar em perigo. 

Primeiramente, as atuações são muito boas. Sandra Oh não surpreende por interpretar uma personagem complexa que vai entrando em um espiral de paranoia latente e passa de uma figura agradável para algo ameaçador. Fivel Stewart também entrega um bom trabalho dentro desse papel que não é nada fácil.

A parte mais propriamente focada no drama que move a história também prende bastante. Isso porque torna muito fácil entender todos os lados da situação – você concordando com ele ou não. A forma com que o trauma geracional vai aparecendo é muito bem contado e humaniza todas as personagens. 

Porém, à medida que Umma começa a usar do seu lado sobrenatural, a história vai ficando menos interessante. Isso porque repete e repete as mesmas artimanhas de figura nas sombras diversas vezes até tornar tudo meio batido. Além disso, a forma rápida com que as situações mudam de foco (devido talvez a duração do filme) faz com que você ignore rapidamente algumas situações. 

Outra coisa também – e aqui é algo recorrente em filmes de horror – é o fato de que tudo poderia ser resolvido antes mesmo de ser iniciado, mas daí não haveria filme, né? E aqui eu posso estar pegando no pé do longa, mas é que: se você sabe o que o espirito/demônio/entidade quer, porque não entregar logo e partir pra próxima?

Você pode dizer “mas ela tinha traumas passados e por isso demorou a dar o braço a torcer”. E ok! Afinal de contas, aqui, literalmente, estamos vendo uma história de “demônios interiores e como nós viramos nossos pais, querendo ou não”. Mas a situação chegou num ponto extremamente traumático e perigoso, sendo que poderia ter sido resolvido depois do primeiro arrepio que Amanda sentiu…

Apesar de criticar essa parte sobrenatural em geral, Umma é, sim, um filme de horror – mesmo que muitos o vejam apenas como um drama com toques sobrenaturais. Toda a sequência de embate final é bem tensa e intrigante e utiliza muito bem o seu espaço e seus elementos. Isso, combinado com as insinuações da presença da mãe de Amanda em diversos locais e com a deterioração física e psíquica desta durante todo filme dá uma atmosfera de urgência e tensão durante todo o tempo. 

Como saldo geral, Umma perde um pouco na sua mistura entre drama e horror mas não consigo vê-lo como um lixo ou algo assim, é somente um filme que acaba perdendo boas oportunidades de ser melhor mas que ainda assim entrega bons momentos e boas ideias que crescem na gente depois de algum questionamento.