Crítica | Vozes

Vozes
(Voces)                                                       
Data de Lançamento no Brasil: 27/11/2020
Direção: Ángel Gómez Hernández
Distribuição: Netflix

Vozes estreou dia 27 de novembro de 2020 na Netflix e é o filme de estreia do diretor espanhol Ángel Gómez Hernandez. Após o sucesso do premiado curta-metragem Behind, de 2016, Ángel, que demonstra muito potencial, foi convidado para dirigir uma versão longa-metragem de seu sucesso, que será produzida pela Lionsgate e codirigida pelo renomado Sam Raimi. 

O filme Vozes, tem uma premissa já conhecida em filmes de horror e suspense: uma família se muda para uma nova casa e passam a ser assombrados por uma entidade que habitava o local. No entanto, ele se torna interessante quando ao invés de nos apresentar diretamente as famosas aparições fantasmagóricas, nos leva a dispor de outro sentido, nossa audição.

O terror conta a história de Daniel, interpretado pelo ator espanhol Rodolfo Sancho, mais conhecido pelo seu papel de Julian Martinez na série El Ministerio del Tiempo (disponível no catálogo da Netflix), Sara (Belén Fabra) e do filho Eric (Lucas Blas), uma família que investe todas as suas economias em um casarão antigo, a fim de reformar o imóvel e dar um novo rumo para sua vida. 

O que parecia um início tranquilo logo se transforma negativamente quando a criança passa a ouvir vozes pelos cômodos da casa. Daniel acaba também sendo assombrado pelos pedidos de socorro que escuta pelo local. O casal então resolve contratar um famoso especialista em paranormalidade, que está escrevendo um livro sobre psicofonia, para descobrir como se livrar desse mal. 

Pela direção e referências feitas em Vozes, pode-se inferir que Ángel Gómez Hernandez, evidentemente, é um apreciador das obras clássicas de horror. Ele nos presenteia com um repertório de imagens, recheadas de referências a clássicos do gênero, seguramente você recordará de clássicos como Invocação do Mal (2013) e Poltergeist – O Fenômeno (1982). Para os mais atentos, o diretor faz citação direta ao filme Terror em Amityville (1979) nas cenas da infestação de moscas na parede da casa e do rádio relógio, que em certa cena, está marcando exatamente 03h15min. 

O longa é competente, apesar de nada acrescentar ao cânone das histórias de horror. Ángel Gómez Hernandez escolhe fazer pequenas homenagens aos filmes de referência, mas sem se basear neles para contar a história. Vozes adentra profundamente na intenção de nos trazer inquietude e incômodo. Consegue nos prender a atenção, enquanto desenvolve uma trama de drama psicológico de horror e desespero familiar, que tomam forma e preenchem a tela. O diretor estreante é uma boa promessa na condução de futuras obras.