Orgulho e Preconceito e Zumbis

Orgulho e Preconceito e Zumbis
(Pride and Prejudice and Zombies)
Data de Estreia no Brasil: 25/02/2016
Direção: Burr Steers
Distribuição: Sony Pictures Releasing

Você provavelmente leu o título do filme e pensou: “parece uma porcaria. Mas por outro lado pode acabar sendo divertido”. E poderia, se os produtores do filme tivessem alguma noção do que queriam. Por mais absurda que a premissa seja, uma Inglaterra do século XIX infestada de zumbis, havia alguns caminhos que o filme poderia ter explorado. O maravilhoso tom de sátira de “Shaun of The Dead” (2004) teria sido perfeito, mas até mesmo a ação sem cérebro de “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros” (2012) poderia ter sido o suficiente. O que temos em “Orgulho e Preconceito e Zumbis” é uma estranha mistura dos dois filmes citados acima. Ao mesmo tempo que não se leva a sério, o filme nunca chega a realmente abraçar a ideia de sátira, permanecendo em um sem graça meio-termo entre uma paródia e um filme de ação.

Esta indefinição e falta de identidade perduram durante todo o filme, desperdiçando uma ideia que poderia ter se concretizado em algo interessante. Sim, a ideia de zumbis na era vitoriana é algo absurdo, mas recentemente o game “Dishonored” (2014) conseguiu se sair muito bem com uma premissa semelhante. Porém, a falta de identidade de “Orgulho e Preconceito e Zumbis” dá origem a um filme que não tem absolutamente nada de original. Ao invés de seguir o caminho indicado por alguns elementos realmente interessantes do filme, como a ideia de uma “aristocracia” zumbi, os preguiçosos produtores decidiram fazer uma mera refilmagem de “Orgulho & Preconceito” (2005), utilizando inclusive muitos dos mesmos diálogos do filme que adaptou a obra de Jane Austen.

No fim das contas, há alguns esparsos bons momentos em “Orgulho e Preconceito e Zumbis”, mas nada que torne o filme de alguma forma memorável ou relevante. Seus momentos de humor são pouquíssimos e muito mal utilizados, as cenas de ação são extremamente preguiçosas e entediantes e suas poucas boas ideias são deixadas de lado em nome da manutenção da estrutura de uma paródia/refilmagem de “Orgulho & Preconceito”. O filme se salva de um desastre completo com alguns bons momentos extraídos da peculiaridade de sua premissa e um elenco interessante que se esforça para dar vida ao roteiro mal-acabado. Mas nada disso salva o filme de sua falta de vida.