Skull: A Máscara de Anhangá

Skull: A Máscara de Anhangá
Data de Lançamento: 31/07/2020
Direção: Armando Fonseca, Kapel Furman
Distribuição: Raven Banner Entertainment
Fantaspoa 2020

Uma das estreias mais aguardadas do XVI Fantaspoa, Skull: A Máscara de Anhangá é um slasher que se passa na São Paulo de 2021. Com produção da Fantaspoa Produções, o longa inicia sua história nos anos 1940, na Amazônia, quando uma misteriosa máscara é roubada por um grupo ocultista que realiza um ritual para extrair seus poderes. Um filme que já começa com uma cabeça explodindo gera uma série de expectativas.

A produção consegue as cumprir de forma bastante satisfatória. A história não segue rigorosamente a estrutura tradicional do subgênero, o que a deixa livre para exploração por parta da criatividade dos diretores e roteiristas. O filme é acompanhado por uma boa qualidade de imagem e som e efeitos práticos que vão agradar os fãs de slashers.

Já nos dias atuais, a misteriosa máscara é encontrada em um canteiro de obras, o que anima o empresário Tack Waelder, que está atrás dos poderes misticos ligados ao artefato. Galvani Volta recebe a missão de levá-la à São Paulo. Ela até consegue, mas a curiosidade de sua companheira, Lilah, tem consequências mortais.

Manco Ramirez é um ex-guerrilheiro das FARC que trabalha em São Paulo. Ele tem uma relação antiga com o padre Vasco Magno, que o encontra para entregar documentos e objetos de seu falecido pai. Manco quer sasber onde está o resto das coisas, mas o religioso se recusa a dizer. Em outro núcleo, temos a Delegada Bruna Tristão, envolvida em uma chacina em 2005, e que investiga mortes misteriosas ligadas à peça arqueológica que está desaparecida.

A partir dos 40 minutos de filme têm início as mortes de forma mais “tradicional”. Antes disso, elas são mortes não muito ortodoxas no subgênero. O assassino mascarado tem um bom visual, o macacão branco que vai ganhando cor vermelha com o número crescente de vítimas dá um toque especial. As mortes são cheias de sangue e vísceras, lembrando momentos de Jason Vorhess da série de filmes Sexta-Feira 13. Há inclusive espaço para uma homenagem a filmes de samurai, em uma cena muito bem conduzida.

A protagonista, Beatriz, é dúbia e envolta a dilemas. Ela é a personagem mais complexa do longa e conseguimos nos envolver com sua investigação, por mais que suas atitudes não sejam totalmente éticas. Por mais que Manco seja o personagem que entende o que está acontecendo, a delegada, interpretada por Natallia Rodrigues, é quem dá uma maior carga dramática ao roteiro.

Skull: A Máscara de Anhangá é um bom filme de horror que entrega o que promete no prelúdio. Os efeitos práticos tornam tudo mais real e envolvente. As mortes são bem dirigidas, inclusive as que acontecem dentro de uma balada lotada. O filme é extravagante na medida certa e nos prende com facilidade, quase nem sentimos a duração de 1h30 passar. Altamente recomendado.