XVII Fantaspoa | Frank e Zed

Frank e Zed
(Frank & Zed)
Data de Lançamento no Brasil: 09/04/2021
Direção: Jesse Blanchard
XVII Fantaspoa

Um número musical com fantoches abre esse longa-metragem peculiar. Os acontecimentos na tela já dão o tom do que está por vir. O diretor avisa que essa abertura levou 2 meses para ficar pronta, enquanto a versão final de Frank e Zed (2020) demorou 6 longos anos. O tempo dispensado compensou e fomos presenteados por uma história maluca, cheia de ação, sangue e vísceras.

Um castelo que surgiu do nada liberou uma terrível criatura chamada Moroi. O povo do reino vizinho a esse castelo se reuniu e invocou o deus da guerra, que lhes deu as armas necessárias para combater o inimigo, porém, também lhes colocou uma maldição: assim que a linhagem real acabasse, uma orgia de sangue de desenrolaria e todos morreriam.

Dois séculos depois, um rei moribundo deixou como herdeiro apenas o seu filho Donnie, um jovem desprovido de coragem. Ele se torna o novo monarca com a morte de seu pai – que não foi tão natural assim. A partir desse momento, o jovem rei fica à mercê dos planos maquiavélicos do sacerdote e do lorde da guerra, que querem por à prova a tal da maldição.

Enquanto isso, no castelo Moroi, duas criaturas convivem em harmonia. Frank é como um monstro de Frankenstein, feito a partir de partes de corpos de diferentes vítimas, e Zed é um zumbi clássico. Aos poucos vamos conhecendo a rotina e a história precedente dos dois. Tudo muda quando Zed mata um jovem na floresta e leva o cérebro para seu amigo comer. Após ver a felicidade do zumbi ao degustar a iguaria, o monstro decide procurar por mais massa cinzenta.

Os ataques de Frank servem perfeitamente aos planos do sacerdote e do lorde guerreiro. A alta cúpula da monarquia deseja incitar a população e provocar logo a orgia de sangue, a fim de se livrar da maldição. Não é um plano muito inteligente, nem muito elaborado, mas ele serve como premissa para a história se desenrolar.

Quebrando alguns clichês, Frank e Zed (2020) consegue divertir ao mesmo tempo em que apresenta grande qualidade técnica. Cada fantoche é muito bem produzido. Fica também um elogio à equipe de edição e mixagem de som, que realizaram um trabalho impecável, importantíssimo para dar vida aos bonecos.

Apesar de ir bem e manter um ritmo empolgante, o último ato é desproporcional em relação aos dois primeiros. O filme não tem uma duração muito grande, 1h30, mas o último ato ocupa quase metade dessa duração, o que cansa um pouco, sobretudo se avaliarmos que ele ocorre inteiramente dentro do castelo, com planos muito fechados, dando uma sensação de estarmos presos. Mas isso é apenas um detalhe, Frank e Zed (2020) é uma excelente animação.