Mentes Paralelas
(Parallel Minds)
Data de Lançamento no Brasil: 09/04/2021
Direção: Benjamin Ross Hayden
XVII Fantaspoa
Produção canadense escrita e dirigida por Benjamin Ross Hayden, Mentes Paralelas (2020) apresenta conceitos muito interessantes, mas se atrapalha na hora de trabalhar com eles. O drama tecnológico com pitadas de ficção-científica e horror faz parte da mostra internacional do XVII Fantaspoa.
A tecnologia Red Eye foi anunciada com grande pompa. As lentas permitiriam a gravação de memórias, isso mesmo, não das imagens que nossos olhos veem, mas sim daquelas que ficam guardadas em nossos cérebros. A ideia não é completamente original, Violação de Privacidade (2003) também trabalha com um dispositivo que grava momentos das vidas das pessoas. A diferença de Mentes Paralelas (2020) está no potencial de ameaça à humanidade que tal tecnologia pode apresentar.
A Red Eye conta com uma inteligência artificial que começa a desenvolver opiniões fortes a respeito de se tornar humana. Porém, e essa é uma pergunta interessante proposta pelo filme, mesmo que não muito bem trabalhada, o que nos faz humanos? Qual o papel da memória na constituição de nossa própria humanidade? São elas que nos fazem humanos ou é algo mais?
O filme apresenta as cientistas Margot e Elise, que trabalham no projeto da Red Eye. Elise é encontrada morta de forma misteriosa, em um aparente suicídio. É aí que entra em cena o detetive Thomas, interpretado de forma pouco carismática por Greg Bryk. Juntos, Thomas e Margot, vão investigar os mistérios que rondam a Torre, sede da empresa de tecnologia que deu vida à inteligência artificial em questão.
Real, virtual e espiritual se unem, tornando a narrativa complexa e até mesmo um pouco confusa. A grande quantidade de conceitos acaba atrapalhando o desenvolvimento da história e tornando difícil a compreensão de alguns postos-chaves da trama. Os personagens são assombrados por seus passados nesses três mundos, e as memórias também possuem poder sobre o futuro – Margot desenvolve uma habilidade de presciência.
A conclusão de Mentes Paralelas (2020), que deveria ser o grande ápice, acaba deixando um gosto amargo. No final é nos apresentado um conceito de “vilão” que poderia ter sido trabalhado ao longo do filme, deixando a narrativa mais simples, direta e mais envolvente. Infelizmente esse personagem, na forma em que se encontra, possui pouco tempo de tela. Ainda assim, é boa pedida para os fã de ficção científica.