Cinefantasy 12 | Covil

Covil
(Lair)
Data de Lançamento no Brasil: 09/09/2021
Direção: Adam Ethan Crow
Cinefantasy 12

Com uma narrativa irregular, Covil (2021) trabalha com poucos cenários e consegue criar tensão com poucos elementos e personagens, mas peca muito na montagem. O filme britânico faz parte da mostra competitiva de longa-metragem do Cinefantasy 12, festival que se iniciou no último dia 09 e vai até o dia 19/09/2021.

Escrito e dirigido por Adam Ethan Crow, a história começa com a dupla de charlatães Steven Caramore e Ben Dollarhyde na prisão. O segundo foi detido após assassinar a esposa e a filha. Os dois fizeram dinheiro fingindo combater espíritos malignos e demônios. Na realidade, a dupla era cética e se preocupava apenas com o dinheiro e a fama provenientes do ofício.

Após o encontro com Dollarhyde, Caramore fica pensativo, questionando seu próprio ceticismo. Ele então toma uma decisão. O prédio em que seu pai morava está desabitado. Ele aluga um dos apartamentos para uma família, instala câmeras por todos os lados e coloca objetos supostamente amaldiçoados no local, a fim de monitorar se algo estranho iria ocorrer.

A família passa a ser afetada pelos objetos. Acompanhamos a quebra da harmonia entre as mulheres e o agravamento de suas brigas quotidianas. Os problemas vão escalonando  até chegarem em um ponto incontornável. As discussões familiares, no entanto, são o menor dos perigos. O que acontece com as moradores deixa Caramore paralisado de medo.

O ponto positivo da produção são as atuações, em especial no núcleo familiar. Não é difícil para nós, enquanto espectadores, comprarmos a situação. A família enfrenta dificuldades com sua reestruturação. A atriz que interpreta a filha mais velha (Anya Newall) consegue trazer o mau-humor adolescente de uma maneira que não fica enfadonha e Aislinn De’Ath tem bons momentos como a mãe super protetora.

O maior problema de Covil (2021) está em erros de condução e montagem. Alguns cortes bruscos nos deixam perdidos em meio à narrativa. Em compensação, há bons momentos de tensão. É um pouco difícil entender o plano de Caramore e algumas de suas opções. De fato, temos que ignorar algumas coisas para curtir bem o longa, mas nada que exija muito esforço. O filme poderia ter se encerrado na revelação final. O que acontece depois não acrescenta muito para a trama.