Crítica | 12 Hour Shift

12 Hour Shift
Data de Lançamento: 02/10/2020 (EUA)
Direção: Brea Grant
Distribuição: Magnet Releasing

             Não há nada ruim que não possa piorar exponencialmente até que toda a merda esteja no ventilador. Essa é mais ou menos a premissa de “12 Hour Shift”, filme de comédia e terror que apresenta uma escalada de acontecimentos para deixar qualquer um desnorteado.

             No filme, somos apresentados a enfermeira Mandy (Angela Bettis) que secretamente também opera em um secreto grupo de tráfico de órgãos. Tudo ia bem até que sua prima, Regina (Chloe Farnworth), perde um rim antes de entregá-lo aos traficantes. Na busca por outro rim para substituir o perdido elas duas e a enfermeira Karen (Nikea Gamby-Turner) acabam se metendo em uma comédia de erros que deixaria os irmãos Cohen sorrindo. Se isso já não fosse o suficiente ainda existe um criminoso no hospital, o perigoso assassino Jefferson (David Arquette), o que leva um grande número de policiais ao local, dificultando o trabalho de Mandy.

             O filme dirigido e roteirizado por Brea Grant é uma obra que brinca bastante com o telespectador. Ao apresentar uma protagonista completamente imoral, somos obrigados a torcer para que ela consiga roubar um órgão escondido, por qualquer meio necessário. A enfermeira é o completo oposto da moralidade: trafica órgãos e rouba medicamentos para se drogar, além dos demais comportamentos nada profissionais.

             No começo do filme é complicado entender para onde ele vai nos levar pois apresenta diversas direções possíveis, algumas que ficam em banho maria, até que todas elas tenham alguma importância no final. O direcionamento e o cuidado com o enredo é algo a se admirar no trabalho da roteirista e diretora. “12 Hour Shift” também brinca com o ridículo e apresenta diversas situações onde a comédia transforma cenas tensas em algo completamente ridículo, mas de um jeito bom. Algo que poderia dar muito ruim, mas que acaba dando muito certo no desenvolver da trama.

             As atuações são muito caricatas, mas acabam combinando com o clima do filme, levando um nível de teatralidade e dramaticidade interessante para aquele universo opaco. Angela Bettis, em especial, está muito bem do começo ao fim do filme, o desespero anestesiado pelas drogas, substituído pela apatia, mas que ainda deixa escapar um resquício de humanidade ali por trás. É uma atuação muito interessante de se apreciar.

             “12 Hour Shift” é um filme igualmente simples e legal de se assistir. Uma boa mostra moderna de como o humor e o terror podem se fundir muito bem em uma obra.