Crítica | A Ligação

Call – Ligação
Data de Lançamento: 27/11/2020
Direção: Lee Chung-Hyun
Distribuição: Netflix

Dia 27 de novembro de 2020, chegou ao catálogo da Netflix um excelente thriller psicológico, protagonizado por Park Shin Hye atriz que ganhou destaque por sua participação no filme #Alive (2020)

O filme A Ligação, mais novo suspense sul coreano que passa a fazer parte do catálogo da maior distribuidora de streaming nacional, apresenta a novata Jeon Jong-Seo em um papel de destaque. Além disso, você pode encontrar rostos conhecidos como Oh Jung-Se da série Tudo Bem Não Ser Normal (It’s Okay to Not Be Okay).

O elenco, por si só, já garante audiência por parte dos admiradores da cultura asiática. A premissa do filme une duas mulheres de tempos diferentes (20 anos de diferença para ser exato), em uma ligação telefônica. O material divulgado foi meticuloso em não divulgar pontos chaves da trama, que foram essenciais para a surpresa e experiência do espectador durante o longa-metragem.

No filme, duas mulheres que são antagonistas em suas personalidades, mas que compartilham de uma dor que as une, se aproximam de forma sobrenatural e enigmática, o que acaba sendo perigoso.

É necessário o acordo com o filme que exige certa dose de suspensão de descrença, para admitir com facilidade, que a protagonista aceita de forma normal, estar vivendo um caso sobrenatural.

Vencendo essa etapa, seguem-se uma série de acontecimentos, que tornam quase que impossível para o expectador prever o próximo desdobramento. Quando você acha que descobriu o plot principal do filme, o roteiro te mostra que há muito caminho a percorrer e outros fatos podem acontecer ainda.

Progressivamente o longa-metragem apresenta um clima aterrorizante e incômodo, chegamos a torcer em alguns momentos para que as coisas acabem bem, mas você perde as esperanças já que a história não é ditada de formas convencionais de nossa realidade.

As atuações são diferenciais no filme, dramáticas quando necessárias, bizarras e intimidantes quando preciso, mas sempre na medida correta para emocionar ou fazer com que o espectador continue compenetrado na história.

A estreante Jeon Jong-Seo surpreende entregando uma personagem caótica e imprevisível, Park Shin Hye continua se destacando como uma das maiores estrelas da Coréia do Sul de sua geração.

A fotografia e os efeitos especiais também têm papel preponderante. A interligação entre passado e presente, comprometida com os 20 anos de diferença que separam as protagonistas e as alterações causadas por informações fornecidas via telefone, que geram consequências na vida da personagem principal, são mostradas com efeitos e luzes que eu gostaria de ter assistido em uma tela de cinema.

O filme se mostra coeso e coerente em sua proposta, ele tem início, meio e fim e se encerra em um ciclo perfeito. Embora algumas interpretações pessoais pensem de forma divergente, em minha opinião não há necessidade de uma continuação.

A forma como as coisas acontecem de maneira discrepante ao que o espectador espera, é um dos pontos positivos de A Ligação, ele é surpreendente, agressivo e agonizante. E o melhor de tudo, ele mostra as consequências sobre mudar o passado, não importa o quanto você deseja, as consequências podem ser maiores e muitas vezes piores do que você imagina.

A Ligação consegue mesclar mistério, ação e o sobrenatural. Ele é uma grata surpresa para quem deseja um filme que te prenda à trama, chegando ao ponto de você não desgrudar os olhos da tela até o seu final surpreendente.