Crítica | Blade: The Iron Cross

Blade: The Iron Cross
Data de Lançamento: 26/06/2020
Direção: John Lechago
Distribuição: Full Moon Features

A produtora Full Moon é uma velha conhecida dos amantes do horror. Um de seus produtos mais icônicos é a série de filmes O Mestre dos Brinquedos, que teve sua primeira fase entre 1989 e 2003. Após um hiato de sete anos, os bonecos assassinos de André Toulon retornaram para a Trilogia do Eixo, composta por O Eixo do Mal (2010), Axis Rising (2012), e Axis Termination (2017). Nessa nova fase, os bonecos se unem a pessoas comuns na luta contra nazistas infiltrados nos EUA.

A última incursão no universo foi o estranho Puppet Master: The Littlest Reich (2018), que não foi produzido pela Full Moon. A estranheza vem do fato de que, embora a produção tenha usado o personagem André Toulon, não foi autorizada a usar os mesmos bonecos, ou seja, falta o principal. Apesar disso, não é um filme péssimo.

Quando anunciado, Blade: The Iron Cross (2020) chamou a atenção dos fãs por se propor um spin-off de um dos bonecos preferidos dos fãs. Com uma mão de gancho e a outra de faca, chapéu e sobretudo pretos e rosto pálido, o boneco assombrou o pesadelo de muitas crianças ao longo dos anos 1990. Quando divulgado o trailer, poucas foram as surpresas. A Trilogia do Eixo preteriu o horror em relação à aventura, e o filme solo de Blade parecia querer seguir o mesmo caminho.

Sendo um fã da série O Mestre dos Brinquedos, é com infelicidade que digo que Blade: The Iron Cross (2020) pode ser resumido em uma palavra: decepção. Em primeiro lugar, o boneco clássico não foi utilizado. O que recebemos parece ser uma imitação barata do Blade que conhecemos. As atuações não ajudam e o roteiro deixa o filme com um ritmo lento, apesar de sua duração curta de 70 minutos.

Elisa Ivanov, personagem introduzida em Axis Termination (2017), é a protagonista do spin-off. Ela se tornou uma jornalista e decide acordar Blade para auxiliar em suas investigações sobre misteriosos assassinatos na cidade. O roteiro justifica a ação solo do boneco com o fato de que o líquido mágico que dá vida aos brinquedos estava no final. Nada mais óbvio do que o mão-de-gancho ser o escolhido, visto que foi o boneco principal nos filmes anteriores.

Elisa recebe a ajuda de Joe Gray, um detetive apaixonado pela moça. Juntos, conduzem uma investigação cheia de mistérios, venenos e intrigas, porém muito pouco empolgante. O filme tenta trazer o horror com zumbis nazistas, mas falha. Em nenhum momento ficamos convencidos de que os mortos-vivos representam uma verdadeira ameaça.

O filme não entregou o prometido. A ação que os fãs queriam ver, leia-se, o boneco Blade retalhando nazistas, é reservada para os últimos 20 minutos da produção. O roteiro opta por uma estratégia narrativa comuns em remakes e continuações: a destruição de um elemento primordial. O objetivo, claramente, é chocar o público, mas como sabemos o que vai acontecer no futuro, ou seja, nos filmes da primeira fase, não ficamos surpreendidos.

A conclusão é bastante confusa e sem sentido. O desejo dos faz era ter um dos bonecos mais macabros da série matando nazistas sem dó. Infelizmente não foi o que recebemos. Blade: The Iron Cross (2020) nos faz pensar se realmente é uma boa ideia continuar explorando o universo Puppet Master, ainda mais depois que transformaram os bonecos assassinos em heróis.