Crítica | Bloody Hell

Bloody Hell
Data de Lançamento: 14/01/2021 (EUA)
Direção: Alister Grierson
Distribuição: Entertainment Squad 

         Quando se começa um filme sem saber nada sobre ele, é mais difícil se decepcionar com o mesmo, mas também faz com que você não saiba bem o que esperar. Assistir “Bloody Hell” assim o tornou um entretenimento maravilhoso.

         O longa, que mistura horror, suspense e comédia, segue Rex (Ben O’Toole, Detroit em Rebelião), que após um período encarcerado decide ir para a Finlândia em busca de um recomeço. O que ele não esperava era ser sequestrado e mantido em cativeiro por uma família bem peculiar.

        Bloody Hell” ganha muita força em seu protagonista, que além do estereótipo do macho alfa de combate, é simpático e possui uma dupla identidade, assim por dizer. Ele materializa sua consciência, ocasionando os melhores diálogos do filme. A atuação de O’Toole é muito boa, alternando entre o Rex-Real e o Rex “Grilo Falante”.

         Já a família esquisita é formada por uma galera extremamente perturbada. O pai e a mãe – que comandam toda a operação e sinalizam as vítimas -, os gêmeos (ambos interpretados pelo mesmo ator, aliás, Travis Jeffery, que caracteriza bem as diferenças físicas entre ambos) e o tio – que são os responsáveis pela captura em caso de fugas -, o curioso irmão mais novo e a “inocente” irmã mais velha, que cuida dos ferimentos das vítimas.

         É interessante que vamos tirando conclusões atrás de conclusões sobre o longa e, quando a resposta chega, não dá pra ser algo que nunca consideramos, mas ainda é interessante por sair do “lugar comum”, onde os vilões estão ali apenas para caçar – vide A Caçada (2020) – ou pelo sadismo – como em O Albergue.

         Como dito, o filme tem momentos muito interessantes de humor. Eles são físicos, como em um momento onde Rex tenta fugir depois de ferido mas acaba demorando mais do que o esperado; em cenas de luta, onde no meio de toda a ação eles guardam um tempo para uma piada; nas próprias conversas de Rex com a sua consciência, que é o oposto do que uma consciência de verdade deveria ser; assim como nas mudanças de gênero repentinas.

         Na cena inicial após a cartela de abertura vemos o início de um filme que, se visto desavisadamente, poderia ser uma comédia romântica comum. Depois temos a introdução da ação. E assim “Bloody Hell” vai mesclando vários gêneros e vários estilos de contar uma história dentro de um filme de sobrevivência cruel (apesar da classificação indicativa de 14 anos, até que tem bastante sangue).

         Os efeitos são em sua maioria práticos, o que dá uma sensação bem palpável para o filme, utilizando até mesmo dublês de corpo para algumas cenas ficarem mais realistas (aqui com muito cuidado para não dar spoiler). O final do filme também é bem legal – e até tenso, na verdade – e abre as portas para uma possível sequência, já que os planos iniciais são de uma trilogia que se inicia nesse longa.

         Se você curte filmes despretensiosos, com boas atuações, boas piadas e uma boa história, confira “Bloody Hell” e se delicie com algumas horas muito bem gastas no seu fim de semana.