Crítica | Death of Me

Death of Me
Data de Lançamento: 02/10/2020
Direção: Darren Lynn Bousman
Distribuição: Seban Films

Apesar de todos os sinais alertando contra o filme, fui conferir “Death of Me”, ainda não lançado oficialmente no Brasil. O filme é dirigido por Darren Lynn Bousman, que tem no currículo a direção de três títulos da franquia original de “Jogos Mortais”, além de dirigir “Spirals” – ou ‘Espirais’ em português – o novo filme do universo Jigsaw. Em “Death of me” conhecemos Christine (Maggie Q, Nikita) que, junto de seu namorado Neil (Luke Hemsworth, Westworld), se vê presa em uma pequena ilha na Tailândia onde coisas estranhas começam a acontecer.

O filme possui apenas uma hora e meia, mas a sensação é de que possui três horas. O começo é corajoso pois nos coloca no meio da história sem nenhuma preparação, deixando-nos num estado tão caótico quanto o dos personagens. No entanto, “Death of me” se leva tão a sério a todo momento, tão imerso em um clima desgastantemente tenso, que cansa o espectador com quinze minutos. A trama é interessante em seu conceito, fazendo sentido quando chega em seu final, porém a execução é falha: as decisões que o roteiro toma até chegar em suas conclusões são cansativas e conceitualmente falhas.

O design de som é bom, utilizando bem o barulho ambiente da ilha para suplantar dúvidas e medo na protagonista, mas a trilha sonora é cansativa, justamente por deixar o modo de tensão ativo durante todo o filme, sem nenhum minuto de respiro. As atuações estão over durante boa parte do tempo. Luke Hemsworth não compromete, mas também não salva em nada, ele apenas está lá, às vezes dando tons dúbios a um personagem completamente unidimensional. Seu plot  era para ser o motivo de os personagens estarem ali, mas se torna apenas mais um dos furos do roteiro, reduzindo-o a literalmente um vago coadjuvante.

Maggie Q, que foi imortalizada no papel de Nikita, não teve muita sorte nos papéis mais recentes. Vindo do mediano “The Argument” e do péssimo “A Ilha da Fantasia”, fazer caras e bocas de perdida durante 90% da execução do filme pode não ser a faceta de atuação da atriz, mas no geral, considerando o protagonismo da personagem, ela segura bem a onda na medida do possível.

“Death of Me” é um filme mediano que parte de uma boa premissa, com uma mitologia boa mas que falha na execução. O filme flerta com temas relativos à maternidade, relacionamento abusivo, gaslighting, possui uma rima forte – mesmo que talvez não propositalmente – com o recente Midsommar e Colheita Maldita e pode ser um filme bom de conferir, caso você aguente passar dos primeiros trinta minutos.