Crítica | Into The Dark: Tentacles

Into The Dark: Tentacles
Data de Lançamento: 12 de fevereiro de 2021.
Direção: Clara Aranovich
Distribuição: Hulu

A luxúria muitas vezes pode nos fazer acreditar que estamos apaixonados. Às vezes, pode até nos fazer esquecer os pecados de um parceiro, encobrir falhas e perdoar erros do outro por causa de uma atração sexual.

No entanto, relacionamentos puramente baseados em paixão e circulação de hormônios pode ter consequências negativas. Especialmente quando você percebe que não conhece verdadeiramente a pessoa com quem está dividindo sua cama.

Isso tudo se passa na trama de Into The Dark: Tentacles, o mais recente lançamento da parceria Blumhouse e Canal Hulu dirigido por Clara Aranovich. Mas, será que valeu a pena a espera?

No filme, o público é apresentado à protagonista Tara ( Dana Drori ) que em uma cena de abertura tensa nos mostra como funcionam os relacionamentos para ela.

A partir daí, o público segue esta personagem até Los Angeles onde ela busca iniciar uma nova vida. Chegando lá, ela encontra o fotógrafo Sam (Casey Deidrick ) enquanto procura um imóvel para alugar.

A química entre os dois é imediata. Tara revela a Sam que está tentando encontrar um lugar para ficar na cidade. Os dois fazem um acordo onde ela vai ajudar Sam a reformar uma casa e em troca, ela vai poder ficar morando no local com ele.

O vínculo entre os dois cresce cada vez mais e eles ficam completamente envolvidos um com o outro. Infelizmente, os bons tempos deste relacionamento não duram muito.

Telefonemas misteriosos, a saúde de Sam cada vez mais se deteriorando e outros fatores começam a interferir na convivência do casal. Mas se eles vão ficar juntos ou não você só descobrirá assistindo ao filme.

Dizer que, mais uma vez, a Blumhouse segue pelo mesmo caminho infeliz de seus últimos lançamentos seria um eufemismo. Podemos até relevar alguns pontos, já que a produção deste filme foi fortemente impactada pelo COVID-19.

No entanto, Into The Dark: Tentacles sofre de uma infinidade erros. A grande maioria dos problemas do filme está no roteiro, que foi baseado em uma história escrita por Alexandra Pechman (da série Channel Zero) e Nick Antosca (Antlers).

O desenvolvimento do tropo fica sempre naquele quase lá e isso se deve à falta de desenvolvimento dos personagens e a indecisão da direção em saber se está fazendo um filme de terror ou não.

Embora as atuações não ajudem muito, o que não quer dizer que boas performances por si só teriam corrigido os problemas no roteiro, o principal erro foi o fato da inclusão tardia dos elementos sobrenaturais que, pela demora, acabam com a aparência de improvisados no filme.

O público passa uma boa parte da trama vendo o desenvolvimento do relacionamento do casal em tela. É quase como um filme de romance que apresenta alguns pontos de alerta sobre o relacionamento. Mas a atuação excessivamente dramática chega a assustar, não se sabe se essa foi uma escolha dos atores ou pedido da direção.

Embora haja uma boa quantidade de cenas de sexo em Into The Dark: Tentacles, elas não necessariamente são feitas para excitar. O sexo na trama parece ser usado como uma muleta para mostrar o envolvimento cada vez maior do casal apenas por sua conexão na cama.

Como já citado, os elementos sobrenaturais demoram demais para serem acrescentados e quando chegam o filme já se tornou desinteressante. Uma revisão mais apurada no roteiro poderia ter corrigido esse problema de ritmo e, talvez, tornado o próprio filme uma jornada mais interessante para os espectadores.

Parece que a fórmula milionária da produtora de sobrenatural Blumhouse está em declínio constante, os orçamentos baixos que rendiam bilheterias absurdas não estão mais acontecendo. Esperamos que seja apenas uma fase.