Crítica | Pig

Pig
Data de Lançamento: 16/07/2021
Direção: Michael Sarnoski
Distribuição: Neon

Uma dupla como Alex Wolff (Hereditário, 2018) e Nicolas Cage – dispensa apresentações – em um filme só pode significar uma coisa: filmaço. É assim que consideramos Pig (2021), que narra a história de Rob, um homem que vive isolado na floresta tendo apenas a companhia de sua porca caçadora de trufas. Uma bela noite, sua companheira é sequestrada e o protagonista inicia uma jornada bastante inesperada.

Pig (2021) é um anti-“filme de vingança”. Enquanto expectadores, imaginamos que vá ocorrer algo semelhante ao icônico De Volta ao Jogo (2014), que começou a saga de John Wick. Sarnoski, porém, quebra nossas expectativas a todo momento. O filme é uma “decepção” para quem espera um longa violento, contudo, essa decepção é muito bem-vinda. Explico. Apesar de frustradas as expectativas, a obra nos presenteia com uma excelente história e nos faz refletir sobre nosso anseio por sangue enquanto espectadores.

Nicolas Cage está excelente nesse papel mais contido, que no início lembra um pouco o personagem de Willy’s Wonderland (2021), mas que vai se revelando único aos poucos. Alex Wolff e Adam Arkin contribuem, com suas interpretações, para nossa imersão nessa história tão dramática – são ótimos atores.

O contexto de alta gastronomia e restaurantes chiques oferece um excelente pano de fundo, contrastando muito bem com o submundo dos restaurantes, pelo qual a dupla Rob e Amir devem passar para atingir seu objetivo – o de encontrar a porca. O caminho não violento escolhido por Rob abre espaço para um grande drama, com gosto agridoce, mas muito satisfatório.

Uma dica final: deixe a caixa de lenços por perto. Pig (2021) é um grande baque. O diretor Michael Sarnoski vai nos desmontando aos poucos e nos entrega um final que é totalmente anticlimático, mas que, novamente, não é nem um pouco ruim. A delicadeza do roteiro nos pega com força.

O novo filme de Nicolas Cage entra na categoria dos imperdíveis de 2021. Apesar de seu ritmo lento, o filme não se torna monótono pela grande dose de suspense e tensão que oferece. É uma obra intrigante que poderia muito bem render uma indicação ao Oscar para Cage.